Afinal, touros realmente ficam irritados com a cor vermelha?

As touradas têm sido um ponto de controvérsia ao redor do mundo, com algumas nações permitindo a prática, enquanto outras a proíbem veementemente.

Uma das crenças mais comuns associados às touradas é a ideia de que os touros ficam irritados com a cor vermelha. Mas será que isso é realmente verdade? Entenda em detalhes o que realmente acontece!

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Por que os touros são tão agressivos?

Antes de nos aprofundarmos na questão da cor vermelha, é importante entender a agressividade dos touros. Muito disso está ligado ao gênero. 

Os touros, sendo mamíferos machos, têm níveis mais elevados de testosterona, tornando-os naturalmente mais agressivos que as vacas. Além disso, sua agressividade também está relacionada à territorialidade.

Os touros são animais territoriais que protegem seu espaço, o que pode resultar em comportamento agressivo quando se sentem invadidos.

Geralmente, os que são mais utilizados nas touradas são da raça Touro Bravo, uma raça nativa da Península Ibérica. Eles são criados especificamente para esses eventos, sendo musculosos e geralmente de cor preta ou marrom escuro.

Também existem touradas com outras raças, o que pode, inclusive, diminuir o preço da entrada no evento, a depender também da idade do touro.

Esses animais poderosos e fortes possuem chifres afiados que podem causar danos graves. E para mitigar o perigo de interação com touros, muitos agricultores colocam argolas no nariz dos animais, permitindo um controle mais seguro a uma distância.

A cor vermelha e os mitos

Agora, voltemos ao mito sobre a cor vermelha. Contrariando a crença popular, os touros não ficam irritados com a cor vermelha.

Na verdade, os touros são dicromáticos, o que significa que têm dificuldade em diferenciar certas cores. Eles não possuem cones L, as células associadas à detecção da cor vermelha. Portanto, para um touro, a cor vermelha aparece como uma mistura entre amarelo e cinza.

É importante salientar que a cor da capa não é o que irrita os touros. O que realmente desencadeia sua reação é o movimento ondulante da capa. Inclusive, os toureiros usam capas amarelas e rosas durante a maior parte da luta, mudando para a capa vermelha apenas no final, o que prova a explicação científica.

A história por trás da capa vermelha

A capa vermelha, conhecida como muleta, tem uma história profunda na tradição tauromáquica. Foi introduzida pela primeira vez em 1726 por um matador espanhol chamado Francisco Romero.

A muleta é usada na fase final de uma tourada à espanhola, quando os touros são finalizados com a espada.

A escolha da cor vermelha não é apenas estética. Na verdade, o vermelho é uma escolha prática, pois pode esconder manchas de sangue dos touros, facilitando a limpeza da capa após o evento.

Uma questão de crueldade animal

Em última análise, a questão das touradas vai muito além da cor da capa. É uma questão que envolve ética e crueldade animal. Muitos países têm proibido as touradas devido ao reconhecimento de que essa prática causa sofrimento desnecessário aos touros.

Em todo caso, as touradas ainda são permitidas em oito países ao redor do mundo, incluindo França, Espanha e Portugal. Apesar de muitos países terem proibido essa prática, algumas nações ainda mantêm as touradas como parte de sua cultura.

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Após as touradas, os touros são mortos na praça de touros, com exceção de alguns países, onde os eventos não acabam dessa forma trágica. Suas carcaças são então enviadas para matadouros, onde a carne é utilizada para pratos, rações para animais de estimação e outros fins.

No Brasil, as touradas foram proibidas em 1934, durante a gestão do presidente Getúlio Vargas, através do Decreto-Lei 24645/34. Essa proibição veio após um longo debate político e resistência por parte dos defensores das touradas. A Constituição de 1988 também proíbe práticas que submetam os animais à crueldade.