A hipnose é um tema que desperta curiosidade e, ao mesmo tempo, ceticismo. Para alguns, trata-se de um fenômeno intrigante com aplicações terapêuticas reais. Para outros, é mera fantasia.
A seguir, vamos abordar a hipnose sob a ótica científica e as opiniões médicas sobre sua existência e eficácia. Entenda em detalhes!
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Orignes da hipnose
A hipnose, como prática, vem de séculos atrás. Porém, ela ganhou popularidade no Ocidente no século XVIII com Franz Mesmer, que introduziu o “magnetismo animal”. Mais tarde, James Braid, um cirurgião escocês, cunhou o termo “hipnotismo”.
Ao longo dos anos, a hipnose se desenvolveu e foi integrada em várias práticas médicas e psicológicas.
Atualmente, a principal motivação científica para estudar a hipnose é entender seu potencial terapêutico e os mecanismos cerebrais subjacentes.
A hipnose tem sido usada para tratar uma variedade de condições, incluindo dor crônica, ansiedade e distúrbios do sono. Os pesquisadores buscam determinar se a hipnose é um estado único de consciência ou simplesmente um efeito psicológico.
O que acontece na hipnose?
Durante a hipnose, o indivíduo entra em um estado de foco e concentração aumentados, frequentemente descrito como transe. Nesse estado, a pessoa pode ser mais suscetível a sugestões.
O psiquiatra David Spiegel, de Stanford, conduziu um estudo em 2016 que identificou mudanças na atividade cerebral durante a hipnose.
Spiegel e sua equipe descobriram que a atividade no cingulado anterior dorsal, parte do córtex, diminui, enquanto a conectividade entre o córtex pré-frontal dorsolateral e a ínsula aumenta. Essas mudanças sugerem uma maior aceitação de sugestões externas.
Afinal, a hipnose é real?
Estudos têm mostrado que a hipnose pode produzir mudanças mensuráveis no cérebro e no corpo.
Por exemplo, uma meta-análise conduzida no Hospital Universitário de Jena indicou que a hipnose pode ajudar a reduzir a ansiedade e a dor, além de promover a recuperação após procedimentos cirúrgicos.
Além disso, a hipnoterapia tem se mostrado eficaz no tratamento da síndrome do intestino irritável e na redução da dor crônica.
As opiniões médicas sobre a hipnose são variadas. Steven Jay Lynn, Madeline Stein e Devin Terhune, em um artigo na BJPsych Advances, afirmam que ela é uma prática frequentemente deturpada.
Eles argumentam que não há evidências neurofisiológicas robustas que demonstrem que a hipnose é um estado especial ou único da mente. Em vez disso, sugerem que ela deve ser vista como um conjunto de procedimentos que utilizam sugestões verbais para modular a consciência e a percepção.
Por outro lado, David Spiegel acredita que a hipnose é uma ferramenta poderosa para mudar a forma como usamos nossas mentes para controlar a percepção e o corpo. Ele enfatiza que ela pode ser uma forma eficaz de psicoterapia.
Hipnose e efeito placebo
Um ponto de debate é se a hipnose é simplesmente uma manifestação do efeito placebo. Ambas as práticas dependem da manipulação das expectativas do paciente. Estudos sobre placebos abertos, onde os pacientes sabem que estão recebendo um placebo, ainda mostram efeitos terapêuticos.
Assim, a hipnose pode ser vista por alguns como uma forma sofisticada dessa mesma técnica, na qual as sugestões e a crença do paciente desempenham um papel fundamental.
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Embora controversa, a hipnose possui uma base científica que sugere sua eficácia em certos contextos terapêuticos.
Estudos mostram mudanças reais no cérebro e no comportamento dos indivíduos sob hipnose. No entanto, a visão de que ela é um estado especial de consciência não é universalmente aceita.
Em todo caso, o debate sobre a verdadeira natureza da hipnose continua, mas as evidências sugerem que, real ou não, ela tem potencial para beneficiar muitas pessoas. Qual sua opinião sobre isso?
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