Recentemente, a missão Inspiration4 da SpaceX trouxe à tona descobertas interessantes sobre os efeitos dos voos espaciais no corpo humano. Entre as diversas análises realizadas, um achado chamou a atenção: os astronautas apresentaram sinais de rejuvenescimento genético durante o período em que estiveram no espaço.
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Telômeros e envelhecimento celular
Os telômeros são estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos e têm a função de proteger nosso DNA durante a divisão celular. Com o passar do tempo e a replicação continuada das células, os telômeros vão se encurtando, o que é um indicador do envelhecimento celular.
Quando os telômeros se tornam demasiado curtos, a célula perde a capacidade de se dividir e entra em um estado de senescência, contribuindo para o processo de envelhecimento.
Descobertas na missão Inspiration4
Durante a missão Inspiration4, que foi a primeira missão totalmente civil a orbitar a Terra, os astronautas coletaram uma variedade de dados científicos, incluindo amostras de sangue e pele.
A análise dessas amostras revelou que, enquanto estavam no espaço, os telômeros dos astronautas se alongaram. Este alongamento sugere uma espécie de rejuvenescimento celular, já que telômeros mais longos estão associados a células mais jovens e saudáveis.
Por que o espaço afeta os telômeros?
Uma hipótese para explicar o alongamento dos telômeros é o fenômeno conhecido como hormese, que é uma resposta benéfica do organismo a níveis de estresse. É o que acontece, por exemplo, quando uma pessoa pratica musculação: o corpo fica dolorido, mas depois se repara e fica mais resistente.
No espaço, o corpo humano está sujeito a uma série de condições extremas, incluindo microgravidade e radiação. Esse ambiente adverso pode desencadear mecanismos de reparo celular que resultam no alongamento dos telômeros.
Limitações e considerações
Apesar do alongamento temporário dos telômeros, esse efeito não é permanente. Após o retorno à Terra, os telômeros dos astronautas da Inspiration4 encurtaram novamente, muitas vezes ficando ainda mais curtos do que antes da missão.
Isso sugere que, embora o espaço possa induzir um rejuvenescimento genético temporário, ele também pode acelerar o envelhecimento celular a longo prazo.
Além dos efeitos nos telômeros, os voos espaciais apresentam outros riscos potenciais para a saúde. A exposição prolongada à radiação espacial pode causar danos ao DNA, aumentar o risco de câncer e afetar o sistema imunológico. Estudos também indicam possíveis danos aos rins e impactos negativos no sistema cardiovascular.
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Futuro das viagens espaciais e pesquisas médicas
Os estudos espaciais são frequentemente limitados pelo pequeno número de participantes. A missão Inspiration4, por exemplo, teve apenas quatro tripulantes.
Sendo assim, embora os dados coletados sejam valiosos, é necessário ampliar a base de participantes para confirmar e expandir essas descobertas. E com o aumento do interesse em viagens espaciais comerciais, é indispensável entender os impactos fisiológicos e psicológicos dessas jornadas.
O pacote de dados do Space Omics and Medical Atlas (SOMA), que inclui resultados da missão Inspiration4 e outros estudos, é um passo importante nessa direção. Esses dados ajudarão a preparar melhor os futuros astronautas e a desenvolver contramedidas eficazes para mitigar os riscos à saúde!
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