A ciência, sem dúvidas, nos presenteia com revelações fascinantes (algumas vezes, até preocupantes). Mas, uma das mais recentes está prestes a transformar inclusive a geografia mundial. Pesquisadores preveem o surgimento de um novo oceano na África mais cedo do que imaginavam. Entenda!
Inicialmente, o novo oceano deve submergir na região de Afar. Antes previsto para submergir em até 10 milhões de anos, o fenômeno está desafiando as expectativas dos especialistas.
Contagem regressiva para um novo oceano na África
As previsões vêm do estudo da geocientista Cynthia Ebinger, da Universidade de Tulane, e sua equipe. Conforme as pesquisas, as expectativas iniciais para a formação do oceano deram estimativas de 5 a 10 milhões de anos.
No entanto, a geografia mundial deve mudar em um período significativamente mais curto, talvez até 1 milhão de anos. E onde vai nascer o novo oceano na África? Na região de Afar, palco de um intrincado encontro de três placas tectônicas – a Africana, a Arábica e a Somaliana.
Aliás, a própria geologia do lugar explica bastante o fenômeno. Especialistas observam uma pressão constante dessas forças titânicas. Consequentemente, uma fenda está se expandindo, sinalizando a eventual formação do novo oceano.
No entanto, não se trata de algo exatamente novo. Só para exemplificar, Ebinger compara o processo a uma expansão do Mar Vermelho.
Evidências sísmicas mostram o novo oceano na África
Mas, desde quando a ciência prevê a formação de mais um oceano no planeta? A princípio, uma série de 420 terremotos e atividades vulcânicas na Etiópia, em 2005, revelou uma fenda de 60 quilômetros em Afar (vide imagem de destaque).
Foi aí que outra pesquisadora, a geofísica Atalay Ayele, identificou três fontes de magma responsáveis por esse episódio. O estudo, publicado em 2009, previu a formação de uma “fenda oceânica incipiente”, impulsionando as pesquisas recentes que validam essas previsões.
Inegavelmente, cientistas desviaram sua atenção para toda essa movimentação. Neste sentido, um grupo, que incluiu Ayele e Ebinger, publicou novo estudo, desta vez, no periódico Tectonophysics. Nele, apresentou um modelo em 3D das ações geológicas na região.
Eles detectaram novas crostas balsâmicas e uma camada mais fina sob a Depressão de Afar. Esses padrões indicam uma zona de início de expansão do assoalho marinho, acelerando a formação do novo oceano na África.
Ainda há incertezas sobre o tempo
Embora as pesquisas indiquem um prazo de menos de um milhão de anos para a formação do novo oceano, a geocientista destaca a imprevisibilidade dos eventos geológicos. Terremotos e erupções vulcânicas, por exemplo, podem acelerar ou retardar esse processo monumental.
O desafio é que a ciência contemporânea ainda não consegue prever esses eventos com precisão. Mas, além de proporcionar percepções sobre eventos que ocorrerão em centenas de milhares de anos, as pesquisas sobre a fenda em Afar têm objetivos práticos.
Só para exemplificar, os estudos buscam criar modelos sísmicos avançados que possam prever com maior precisão catástrofes ambientais futuras. Com isso, auxiliam na preparação e defesa contra fenômenos naturais.
Em suma, a descoberta do novo oceano na África não é apenas uma revelação científica extraordinária, mas também uma jornada rumo ao desconhecido. O futuro nos reserva maravilhas além da nossa imaginação, e cada nova descoberta nos aproxima do entendimento completo do planeta.
0 comentários