A origem das placas tectônicas, aquelas estruturas que a gente estuda desde os tempos de escola, sempre intrigou a comunidade científica. Tanto que as pesquisas sobre elas nunca cessam. E, recentemente, um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters trouxe uma nova perspectiva sobre o mistério: a resposta pode estar no espaço.
Pois é, segundo os pesquisadores responsáveis pelo estudo, a colisão entre a Terra e Theia, um antigo protoplaneta, pode ter originado tanto a Lua quanto as placas tectônicas. Eita! Vamos saber mais sobre isso?
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A colisão que moldou o planeta e pode explicar a origem das placas tectônicas
A princípio, a hipótese central do estudo está no impacto colossal entre a Terra e Theia. O fenômeno ocorreu há bilhões de anos e, conforme pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, deixou restos de Theia no manto terrestre.
Ao que tudo indica, estes materiais criaram grandes “bolhas” de magma que, então, provocaram o calor necessário para ativar os blocos rochosos. São estes segmentos que atualmente compõem as placas tectônicas.
Para apoiar essa teoria, os cientistas apontam para evidências encontradas em Jack Hills, uma cadeia de colinas na Austrália Ocidental. No local, descobriu-se cristais de zircão que se formaram há mais de quatro bilhões de anos.
Supostamente, estes cristais indicam a subducção de placas, ou seja, um afundamento delas. Isso sugere que as atividades tectônicas já ocorriam desde aquela época.
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Relação de Theia e as placas tectônicas
Se pulou as aulas de Geografia, vamos lembrar alguns conceitos. De modo geral, as placas tectônicas são lajes de rocha gigantescas que compõem a superfície da Terra. Elas se movem e interagem de tal forma a moldar a paisagem do planeta.
Em outras palavras, essas placas podem colidir, afastar-se e deslizar umas pelas outras. Só para ter uma ideia dos efeitos destes movimentos, estas placas podem causar, por exemplo, terremotos. Ainda, formar montanhas e criar vulcões.
A teoria que explica a origem das placas tectônicas é um pilar da geologia moderna. Afinal, tenta desvendar não apenas a distribuição de fenômenos geológicos, mas também a evolução da própria Terra.
E onde entra Theia nesta história? Bom, este, por sua vez, foi um protoplaneta do tamanho de Marte que colidiu com a Terra há cerca de 4,5 bilhões de anos. Essa colisão titânica, como já comentamos, seria a responsável pela formação da Lua e, segundo estes estudos recentes, pelo surgimento das placas tectônicas.
Ou seja, os destroços de Theia, integrados ao manto terrestre, podem ter criado as condições necessárias para o início do movimento tectônico. Aliás, um processo que continua a influenciar a geodinâmica do nosso planeta até hoje.
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A hipótese do núcleo terrestre
Embora a ideia da colisão entre a Terra e Theia seja intrigante, há outra possibilidade sobre a origem das placas tectônicas: a formação do núcleo terrestre. De modo geral, este processo também produziu calor suficiente para iniciar as atividades tectônicas. Ao contrário da anterior, a hipótese dos restos de Theia no manto terrestre formarem as placas tectônicas cairia por terra.
Vale frisar que, apesar da confiança no modelo de Theia, os pesquisadores reconhecem dificuldades. Uma delas é representar com precisão os estados físicos da Terra há bilhões de anos.
Por isso, Qian Yuan, autor do estudo, destaca a importância de futuros testes para validar a teoria. Ou seja, a comunidade científica precisa explorar mais profundamente essas questões para, então, obter uma compreensão mais completa da origem das placas tectônicas.
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