As estações do ano, como todo mundo sabe, têm um papel fundamental em diversas áreas, desde o clima até determinar os ciclos agrícolas. Inclusive, vimos pelo que diferentes regiões do Brasil passaram devido às variações climáticas extremas. Por exemplo, o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul e as ondas de calor, sobretudo no Sudeste e Centro-Oeste.
Esses fenômenos despertam a curiosidade sobre a origem e a evolução das estações. E não só porque temos quatro delas, mas principalmente porque levantam questões sobre seu futuro em um cenário de aquecimento global.
Antes de tudo: por que temos quatro estações do ano?
Vamos lembrar os tempos de escola, quando aprendemos sobre os movimentos da Terra? Bom, um deles é o movimento de translação, quando o planeta completa uma volta inteira em torno do Sol.
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Esse movimento dura 365 dias e é o responsável pelas estações do ano. Mas, não só ele, pois elas também resultam da inclinação do eixo terrestre. Em linhas gerais, a Terra segue uma trajetória elíptica ao redor do Sol enquanto gira em torno de seu próprio eixo.
Este, por sua vez, está inclinado em aproximadamente 23 graus. A princípio, essa inclinação resulta em diferentes intensidades de luz solar ao longo do ano. Logo, é por isso que, então, temos as estações.
Contudo, a inclinação do eixo terrestre e sua posição em relação ao Sol não apenas determinam as estações, mas também têm influência na duração dos dias e noites ao longo do ano. Durante o verão, os dias são mais longos e as noites mais curtas, enquanto no inverno ocorre o oposto.
Outro fenômeno que se relaciona com as estações do ano são os solstícios e equinócios. De modo geral, são eventos astronômicos que definem a transição entre elas. Em resumo, funciona assim:
- O solstício de verão ocorre em 21 de junho no hemisfério norte e marca o dia mais longo do ano.
- Já o solstício de inverno acontece em 21 de dezembro no hemisfério norte e corresponde ao dia mais curto do ano.
- O equinócio de primavera vem por volta de 21 de março, quando o dia e a noite têm durações iguais.
- Por fim, o equinócio de outono se dá aproximadamente em 23 de setembro, também com igual duração de dia e noite.
Inclusive, muitas civilizações, ao longo da história, celebram estes momentos, principalmente por marcarem as épocas de colheita. Quer ver só?
A agricultura também já marcou as estações do ano
Historicamente, a agricultura desempenhou um papel vital na definição das estações. No antigo Egito, por exemplo, o ano era dividido em três estações baseadas nas inundações do Nilo: akhet (inundações), peret (recuo das águas) e chemou (colheitas).
Da mesma forma, os assírios também dividiram o ano em três estações de acordo com as tarefas agrícolas. A relação entre agricultura e as estações do ano é bem clara, pois a prática depende totalmente das variações climáticas. Afinal, cada cultura tem suas próprias demandas quanto a umidade, precipitações, seca e calor.
Mas, tem a questão das alterações climáticas!
Pois é, além do calorão ou frio intenso que sentimos, as mudanças climáticas também trazem a preocupação quanto à influência sobre as estações. Inclusive, o risco de alterá-las. Com a progressão do aquecimento global, por exemplo, temos a temperatura média global aumentando em 1°C.
Isso pode resultar em um aumento de 7% no conteúdo de vapor de água na atmosfera. Só para exemplificar algumas das consequências:
- Zonas temperadas se tornando mais secas.
- Zonas áridas ficando mais desérticas.
- Zonas tropicais tornando-se inabitáveis.
Essas mudanças causariam impactos profundos na agricultura e nos ciclos de plantio e colheita. Apesar dessas mudanças, a denominação tradicional das estações permanece fortemente enraizada em nossa cultura. Só não sabemos até quando!
Ah, e falando em aquecimento, sabemos do efeito que a temperatura mais alta tem sobre as geleiras, né? Então, veja só como o derretimento da calotas polares está alterando o movimento da rotação da Terra!
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Astronomia e cultura nos ajudam a entender as estações
Além da explicação astronômica, fatores históricos e culturais também influenciaram a forma como entendemos as estações. Na França revolucionária, por exemplo, o calendário republicano dividia o ano em semanas de dez dias. Isso, a princípio, refletia uma tentativa de reestruturar a medição do tempo. Já a celebração do Sol invictus em 25 de dezembro influenciou a data do Natal, evidenciando a conexão entre eventos astronômicos e práticas culturais.
E o que temos para o futuro?
Considerando as mudanças climáticas, é plausível imaginar cenários onde as estações do ano mudem de forma relevante. Porém, mudanças tão drásticas na nomenclatura e na estrutura das estações são improváveis a curto prazo, dado o profundo enraizamento cultural e histórico.
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