O eterno debate sobre o que mais influencia nossa inteligência — se a genética ou o ambiente — é um tema que há muito envolve cientistas e educadores. E recentemente, um estudo trouxe novas luzes a essa discussão, revelando que a influência genética nas pontuações de QI aumenta com o tempo.
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Vamos entender esses achados e seus potenciais benefícios.
Estudo longitudinal e gêmeos monozigóticos
O estudo em questão, feito pela Dr. Nancy L. Segal, professora de psicologia e diretora do Twin Studies Center na California State University, Fullerton, é pioneiro por ser o primeiro a investigar gêmeos monozigóticos (idênticos) jovens criados separadamente. Esse enfoque permitiu que os pesquisadores observassem como os fatores genéticos e ambientais influenciam o QI ao longo do tempo.
Ao analisar gêmeos separados, o estudo conseguiu isolar a influência genética de forma mais eficaz do que estudos anteriores. Para isso foram observados gêmeos monozigóticos chineses jovens criados separadamente, gêmeos monozigóticos adultos dinamarqueses criados separadamente e “gêmeos virtuais” — irmãos da mesma idade, sem vínculo genético, criados juntos (ex.: um irmão biológico e outro adotivo).
Os resultados mostraram que, conforme esses gêmeos monozigóticos envelhecem, suas pontuações de QI se tornam mais semelhantes, indicando que a genética tem um papel mais proeminente na formação da inteligência com o passar dos anos. Corroborando a ideia de que o ambiente tem uma influencia reduzida, a diferença de pontuações dos “gêmeos virtuais”, que compartilharam experiências de crescimento semelhantes, aumentou com o tempo.
Observou-se então que, no início da vida, o ambiente desempenha um papel importante, mas à medida que envelhecemos, os fatores genéticos parecem ganhar maior influência.
Benefícios das novas descobertas
As implicações dessas descobertas são vastas e promissoras. Primeiro, a compreensão de que a genética tem um impacto crescente na inteligência com o tempo pode ajudar na personalização de estratégias educacionais e de desenvolvimento.
Crianças podem se beneficiar de ambientes enriquecidos e estímulos adequados em seus primeiros anos, enquanto adultos podem buscar oportunidades que se alinhem com seus potenciais genéticos.
Além disso, essas descobertas podem informar políticas públicas e programas educacionais, permitindo que recursos sejam direcionados de forma mais eficaz para maximizar o potencial intelectual de cada indivíduo.
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Limitações e perspectivas futuras
Embora os resultados sejam encorajadores, é importante reconhecer as limitações do estudo. Dentre eles, o número relativamente pequeno de gêmeos monozigóticos criados separadamente é um fator que limita o potencial de generalização dos achados. Apesar disso, os pesquisadores estão planejando análises adicionais, que poderão fortalecer e expandir essas conclusões.
Em todo caso, o estudo sobre o impacto da genética nas pontuações de QI ao longo do tempo oferece uma nova perspectiva sobre o debate entre natureza e ambiente de criação. Interessante, não é mesmo?
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