Decidir quando é o momento certo para parar de dirigir pode ser um desafio para muitos idosos. Segundo um estudo recente da Escola de Medicina da Universidade de Washington, a função cognitiva é um fator-chave para essa decisão, sendo mais relevante que a idade em si. A pesquisa, publicada na revista Neurology, acompanhou 283 participantes com média de 72 anos que dirigiam pelo menos uma vez por semana.
Impacto da função cognitiva
Os pesquisadores descobriram que os idosos com comprometimento cognitivo ou pior desempenho em testes cognitivos eram mais propensos a parar de dirigir do que aqueles com função cognitiva normal. A função cognitiva foi medida usando a escala de Avaliação Clínica da Demência (CDR), que vai de zero (função cognitiva normal) a três (demência severa).
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Além do CDR, o estudo utilizou a pontuação do composto cognitivo pré-clínico de Alzheimer para detectar mudanças sutis em pessoas ainda não diagnosticadas com demência. Mesmo um leve aumento na pontuação CDR para 0,5, indicando comprometimento cognitivo leve, fez com que os participantes fossem 3,5 vezes mais propensos a parar de dirigir.
Diferenças de gênero
Outro achado interessante foi a diferença de gênero na interrupção da condução de veículos. Mulheres eram quatro vezes mais propensas a parar de dirigir do que homens, mesmo após ajustes para outros fatores. Isso pode ser atribuído à maior consciência das mulheres sobre suas habilidades de direção e à disposição para planejar a transição para outros meios de transporte.
Especialistas reforçam a importância de os médicos discutirem mudanças cognitivas com seus pacientes idosos. Afinal, conversas antecipadas permitem mais tempo para apoiar a capacidade de direção remanescente e planejar a transição para alternativas de transporte.
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Implicações para a saúde mental
A decisão de parar de dirigir pode impactar sobremaneira a saúde mental e a independência dos idosos. A interrupção da direção está associada a um aumento na depressão e no isolamento. Contudo, continuar dirigindo com comprometimento cognitivo também representa riscos elevados de acidentes graves.
Especialistas sugerem que testes cognitivos de rotina poderiam ajudar idosos e médicos a tomarem decisões informadas sobre a direção. Programas de reabilitação de motoristas e recursos comunitários podem maximizar a segurança dos idosos na estrada e facilitar a transição para outras formas de transporte quando necessário.
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