As estátuas antigas, especialmente as gregas e romanas, são frequentemente encontradas sem narizes. Você já percebeu isso? Bom, esse fenômeno curioso traz à tona muitas perguntas: por que essa parte do rosto é tão frequentemente danificada? Seria isso resultado inevitável da passagem do tempo, atos de vandalismo ou há algo mais por trás dessa mutilação?
Veja abaixo as várias teorias e evidências históricas que ajudam a explicar esse fato!
Desgaste natural e acidentes
Primeiramente, uma explicação bastante plausível para a ausência dos narizes nas estátuas é o desgaste natural ao longo dos séculos.
De acordo com Spencer McDaniel, pesquisador do Departamento de Estudos Clássicos da Universidade Brandeis, as estátuas expostas ao tempo são inevitavelmente danificadas com o tempo.
LEIA MAIS: Como astronautas obtêm água potável na ISS? Descubra!
Partes salientes, como narizes, braços e cabeças, são as primeiras a se romperem devido à sua posição e fragilidade. Quando uma estátua cai, o nariz, sendo uma das partes mais proeminentes, tende a quebrar ao atingir o chão.
Vandalismo e iconoclastia
Além do desgaste natural, há evidências substanciais de que muitos narizes foram removidos intencionalmente. O professor Mark Bradley, da Universidade de Nottingham, argumentou em um artigo de 2016 que uma quantidade significativa dessas mutilações foi deliberada.
Em alguns casos, a mutilação foi parte de um ato de iconoclastia, no qual as estátuas foram danificadas para desacreditar ou desumanizar figuras retratadas. Por exemplo, uma cabeça de Germânico no Museu Britânico exibe marcas claras de ter sido cinzelada, possivelmente por cristãos da época que também esculpiram uma cruz na testa da estátua.
Já no contexto romano e grego, mutilar o nariz de uma estátua pode ter sido uma forma de punição simbólica. Bradley explica que a mutilação facial era uma prática comum de punição em várias culturas antigas. Na Roma antiga, a remoção do nariz era uma pena aplicada a adúlteros e governantes depostos. Esse tipo de punição visava desfigurar e desonrar o condenado, e o mesmo princípio teria sido aplicado a estátuas como uma forma de castigo simbólico.
Crenças e superstições
Outra teoria está relacionada às crenças espirituais das civilizações antigas. Os egípcios, por exemplo, acreditavam que as estátuas possuíam uma “essência” ou “alma” da entidade representada.
Danificar a estátua, especialmente o nariz, que é fundamental para a respiração, seria uma forma de “matar” o espírito da figura retratada. Assim, remover o nariz era uma maneira de enfraquecer ou anular o poder da estátua.
LEIA MAIS: 7 perguntas para se fazer antes de montar sua casa inteligente
Atos modernos
Enfim, com tantas teorias, o que se sabe é que a prática de mutilar estátuas não se restringe ao passado distante. Isso porque eventos recentes mostram que a remoção ou desfiguração de estátuas continua sendo uma forma poderosa de protesto e rejeição de figuras históricas controversas.
Por exemplo, estátuas de figuras associadas ao colonialismo e à escravidão têm sido alvo de vandalismo em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.
Então, fica claro que a ausência de narizes em estátuas antigas pode ser atribuída a uma combinação de fatores. Embora muitas dessas obras de arte tenham sido danificadas, elas continuam a ser de muito valor para a história humana.
0 comentários