Você já reparou que as letras dos teclados de computadores não seguem a ordem alfabética? A disposição aparentemente aleatória dos teclados tem uma razão bem antiga, que remonta ao nascimento das primeiras máquinas de escrever. Para entender porque usamos o teclado QWERTY, precisamos voltar cerca de 150 anos, quando a tecnologia de escrita dava seus primeiros passos.
O problema da colisão nas máquinas de escrever
Em 1873, Christopher Sholes e Carlos Glidden criaram uma máquina de escrever que transformou a escrita, tornando-a mais rápida e eficiente. No entanto, a disposição das teclas por ordem alfabética logo revelou um problema: colisões entre as alavancas das teclas, que acabavam travando o mecanismo. Quando duas teclas próximas eram pressionadas rapidamente, elas podiam colidir, prejudicando a experiência do usuário.
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Para resolver esse problema, o parceiro de negócios de Sholes, James Densmore, sugeriu que as teclas mais utilizadas fossem separadas para evitar colisões. Depois de muitas tentativas, eles chegaram a uma disposição que reduzia ao máximo as colisões entre as alavancas. Assim nasceu o teclado QWERTY, que recebeu esse nome por causa das primeiras seis letras na parte superior esquerda do teclado.
QWERTY se torna o padrão
O teclado QWERTY foi então adotado pela Remington Company, a primeira empresa a fabricar máquinas de escrever em escala comercial. A disposição das teclas foi um grande sucesso e acabou se tornando o padrão para máquinas de escrever e, posteriormente, para teclados de computadores.
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Com o tempo, algumas pessoas questionaram se o teclado QWERTY era realmente o mais eficiente. Afinal, com a chegada das máquinas de escrever eletrônicas e, mais tarde, dos computadores, o problema das colisões deixou de existir. Por que, então, não reorganizar o teclado para torná-lo mais intuitivo?
Apesar da possibilidade de mudança, a ideia de redesenhar o teclado foi considerada impraticável. O teclado QWERTY já havia se tornado o padrão mundial, e reorganizar as teclas significaria que milhões de pessoas precisariam aprender a datilografar novamente. Além disso, haveria o risco de fragmentação, com alguns fabricantes adotando o novo padrão e outros não, causando confusão entre os usuários.
Em 1985, o Dr. Yves Neuville, de Berlim, criou a norma ISO IEC 9995, que padronizou a disposição dos teclados nacionais e industriais dessa forma que não seguem a ordem alfabética. Isso consolidou o uso do teclado QWERTY, que continuou a ser utilizado até hoje, mesmo com o surgimento de novas tecnologias.
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