Uma nova constelação de satĂ©lites equipada com inteligĂȘncia artificial (IA) tem o objetivo de auxiliar na detecção de incĂȘndios florestais ao redor do mundo. A iniciativa, liderada pelo Google Research em parceria com lĂderes comunitĂĄrios e especialistas em incĂȘndios, visa detectar incĂȘndios em estĂĄgios iniciais, possibilitando uma resposta mais rĂĄpida para equipes de brigadistas.
Sobre o sistema FireSat
LEIA MAIS: Novo grupo sanguĂneo Ă© identificado apĂłs 50 anos de mistĂ©rio
Batizado de FireSat, o sistema foi desenvolvido para monitorar e identificar incĂȘndios tĂŁo pequenos quanto uma sala de aula â cerca de 5 metros por 5 metros â em atĂ© 20 minutos. Com o uso de IA e imagens de satĂ©lite, o FireSat serĂĄ capaz de fornecer informaçÔes em tempo quase real sobre a localização, tamanho e intensidade de incĂȘndios florestais incipientes. Com isso, espera-se facilitar intervençÔes mais rĂĄpidas, antes que as chamas se espalhem.
A importĂąncia do sistema fica evidente diante do aumento de incĂȘndios florestais em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, impulsionados por climas mais quentes e secos. Para se ter uma ideia, segundo dados do INPE, de 01/01/2024 atĂ© 22/09/2024, o satĂ©lite AQUA Tarde detectou 200.013 focos de incĂȘndio no territĂłrio brasileiro. Cerca de 50% deles foram localizados na AmazĂŽnia.
AtĂ© o momento, as equipes de combate a incĂȘndios dependem de imagens de satĂ©lite de baixa resolução, que, de maneira geral, sĂŁo atualizadas poucas vezes ao dia. Isso torna difĂcil a detecção de incĂȘndios atĂ© que eles atinjam grandes proporçÔes, como o tamanho de um campo de futebol.
Desenvolvimento e parcerias estratégicas
Para desenvolver o sistema, o Google Research trabalhou em colaboração com a Muon Space e o Environmental Defense Fund, com a finalidade de criar sensores infravermelhos customizados que pudessem detectar incĂȘndios em pequena escala com mais precisĂŁo.
AlĂ©m disso, a IA do FireSat irĂĄ analisar fatores como infraestruturas prĂłximas e condiçÔes climĂĄticas locais para validar a detecção de incĂȘndios menores.
O modelo de detecção foi testado em queimadas controladas, o que ajudou a estabelecer uma base de dados para aprimorar os algoritmos de IA responsĂĄveis pela identificação dos focos de incĂȘndio.
O primeiro satĂ©lite dessa constelação serĂĄ lançado no inĂcio do prĂłximo ano pela Muon Space, e o restante dos satĂ©lites serĂĄ enviado nos prĂłximos anos, segundo o Google.
A operação serå liderada pela Earth Fire Alliance, uma organização sem fins lucrativos criada para gerenciar o projeto FireSat. O Google.org contribuiu com US$ 13 milhÔes para financiar a iniciativa, com o apoio da Moore Foundation.
BenefĂcios ampliados do FireSat
AlĂ©m de fornecer suporte para as operaçÔes de emergĂȘncia, os dados gerados pelo FireSat ajudarĂŁo na criação de um registro histĂłrico global sobre a propagação de incĂȘndios. Esse banco de dados serĂĄ utilizado por cientistas e pelo Google para modelar e entender melhor o comportamento dos incĂȘndios florestais.
Desde 2020, o Google utiliza modelos de IA para rastrear os limites de incĂȘndios florestais e criar alertas em tempo real para populaçÔes prĂłximas aos incĂȘndios. Essa funcionalidade jĂĄ estĂĄ disponĂvel em mais de 20 paĂses.
LEIA MAIS: Quanto exercĂcio fazer para compensar suas horas sentado? Estudo revela!
Ainda neste ano, a empresa lançou o FireBench, um conjunto de dados de benchmark de cĂłdigo aberto voltado para pesquisas sobre incĂȘndios florestais, abrindo novas oportunidades para a colaboração cientĂfica.
âĂ medida que expandimos nossa capacidade de detecção de incĂȘndios florestais, dados e IA desempenham um papel importante em fornecer informaçÔes crĂticas para equipes de emergĂȘncia e na abertura de novas oportunidades para cientistas. Continuaremos a fazer parceria com a comunidade de bombeiros diante da crescente ameaça de incĂȘndios florestaisâ, afirmou o Google em um comunicado.
Assim, a previsĂŁo Ă© de que o FireSat se torne uma ferramenta para combater incĂȘndios, ao mesmo tempo em que servirĂĄ para antecipar e mitigar seus impactos a longo prazo.
0 comentĂĄrios