A preocupação com a aparição de microplásticos na água tem crescido, dada sua forte presença em nosso ambiente e os potenciais riscos à saúde humana.
Recentemente, cientistas da Guangzhou Medical University e da Jinan University, na China, apresentaram uma solução surpreendentemente simples para remover essas partículas prejudiciais da água. Entenda tudo em detalhes!
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O problema dos microplásticos
Antes de falarmos da solução dos cientistas, devemos mencionar que, estudos anteriores já haviam destacado a presença onipresente de microplásticos em nossos oceanos, no ar e até mesmo nos alimentos que consumimos.
Essas partículas diminutas, muitas vezes, acabam em nossos corpos, incluindo órgãos como coração, cérebro e até mesmo na placenta de gestantes, trazendo consigo preocupações sobre os impactos à saúde.
Inclusive, uma pesquisa recente, publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, revelou que até mesmo pequenas partículas de plástico podem representar uma ameaça significativa, seja para humanos ou espécies em geral, como peixes, por exemplo.
Esses estudos trazem à tona a ação dos microplásticos em organismos diversos, podendo causar uma série de problemas de saúde, incluindo inflamação, estresse oxidativo, disfunção hormonal e acúmulo de toxinas no organismo.
A solução inesperada
Os cientistas chineses surpreenderam ao revelar recentemente que o simples ato de ferver a água pode ser uma solução eficaz para remover os microplásticos.
Em um estudo publicado no periódico Environmental Science & Technology Letters, os pesquisadores observaram que, ao ferver a água e deixá-la esfriar por 10 minutos, mais de 90% das micropartículas foram removidas.
O segredo por trás desse método reside no carbonato de cálcio naturalmente presente na água. Ao aquecer a amostra de água, o carbonato de cálcio envolve os microplásticos, encapsulando-os em uma espécie de crosta e separando-os do líquido. Com a utilização de um filtro após o processo de fervura, os microplásticos podem ser facilmente removidos, tornando a água segura para consumo.
Preocupações adicionais
Apesar da eficácia desse método, é importante ressaltar que os microplásticos não são apenas um problema na água. Estudos demonstraram que garrafas plásticas também podem conter quantidades alarmantes dessas partículas.
Segundo uma pesquisa publicada em Proceedings of the National Academy of Science, foi descoberto que um único litro de água engarrafada pode conter uma média de 240 mil partículas de microplásticos, representando uma ameaça potencial para a saúde dos consumidores.
Isso ressalta a importância de se abordar a questão dos microplásticos não apenas do ponto de vista ambiental, mas também da saúde pública.
Medidas de conscientização sobre o uso responsável de plásticos
Além de apresentar soluções para a remoção de microplásticos da água, é fundamental abordar medidas preventivas para reduzir a contaminação por plásticos no meio ambiente. Uma medida importante é promover a conscientização sobre o uso responsável de plásticos e incentivar práticas sustentáveis de consumo. Isso pode incluir:
- Redução do uso de plásticos descartáveis: promover o uso de alternativas sustentáveis ao plástico descartável, como recipientes reutilizáveis, sacolas de tecido e utensílios de cozinha duráveis.
- Reciclagem adequada: educar a população sobre a importância da reciclagem e facilitar o acesso a programas de coleta seletiva de resíduos. Incentivar a separação correta e o descarte responsável de plásticos.
- Inovação em materiais: investir em pesquisa e desenvolvimento de materiais alternativos ao plástico, como bioplásticos e materiais biodegradáveis.
- Regulamentação e políticas públicas: implementar políticas governamentais que limitem o uso de plásticos de uso único, como proibições de sacolas plásticas e incentivos para a indústria reduzir a produção de plásticos não recicláveis.
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Importância da pesquisa contínua
Além das medidas práticas, é preciso que haja continuidade no investimento em pesquisas científicas para entender melhor os efeitos dos microplásticos no meio ambiente e na saúde humana.
Isso inclui estudos sobre a distribuição, toxicidade e bioacumulação de microplásticos em diferentes ecossistemas, bem como o desenvolvimento de métodos eficazes de detecção e remediação.
Assim, trabalharemos em direção a um futuro mais limpo e sustentável para o nosso planeta e para as gerações futuras!
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