Golpes da internet: 5 gatilhos que criminosos usam para manipular vítimas

por Luciana Gomides
| Em 18/03/2024 às 17:00

Você sabia que 71% das pessoas já foram vítimas de golpes da internet? Os dados alarmantes são de um estudo da Nord Security, conforme reportagem do jornal Estado de Minas. Mas, por que tanta gente ainda cai nestas armadilhas, apesar das recomendações e alertas? O sucesso das fraudes se dá, sobretudo, pelos gatilhos psicológicos que os criminosos usam para manipular seus alvos.

Muito comuns na publicidade e marketing, os gatilhos psicológicos são estímulos que influenciam no processo de tomada de decisão. Normalmente, usam a emoção e comportamentos próprios da pessoa. Por isso, agora, viraram arma de criminosos virtuais para persuadir e convencer vítimas a compartilhar dados.

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Sendo assim, por mais “esperta” que a pessoa seja, inevitavelmente acaba caindo no golpe. Mas, para te ajudar a sair ou nem entrar na estatística lá de cima, compartilhamos cinco dos gatilhos psicológicos mais usados em golpes da internet.

Confiança

Segundo o portal Olhar Digital, um dos gatilhos psicológicos que criminosos mais usam é o da confiança, ou phishing. Como o próprio nome já diz, é aquele que explora a confiança por meio de chamadas telefônicas.

Normalmente, simulam situações de urgência ou problemas fictícios, com golpistas se passando por instituições confiáveis, como bancos ou operadoras. Daí, alegam problemas inexistentes nas contas das vítimas para extrair informações sensíveis, por exemplo, senhas e dados bancários.

A ideia central é criar cenários de risco, como cobranças fraudulentas ou atividades suspeitas. A partir daí, se posicionam como solucionadores do problema, induzindo a vítima a revelar informações sob a falsa premissa de resolver a situação.

O gatilho da autoridade também está nos golpes da internet

Este até se parece um pouquinho com o anterior. Nele, o golpista se faz de gerente de banco ou funcionário do governo. A partir dessa identificação, induz a pessoa a passar dados pelo princípio da obediência. Por exemplo, enquanto servidor da Receita Federal, informa sobre uma pendência. Ou, como colaborador do banco, pede um “Pix” para corrigir algum tipo de erro.

Infelizmente, a tecnologia ajuda esse tipo de crime como deepfakes de voz, permitindo que os fraudadores imitem a fala de autoridades conhecidas.

Reciprocidade

Não, não acabou! Outro dos gatilhos psicológicos que criminosos usam é o da reciprocidade que, a princípio, apela para a emoção. Aqui, cria uma falsa sensação de dívida. Geralmente, envolvem uma “ajuda” não solicitada, como um suposto problema de acesso. Com isso, estabelecem um vínculo de gratidão.

Depois, usam disso para extrair favores ou informações valiosas, como dados empresariais, sob o pretexto de retribuir a ajuda inicial. A técnica funciona principalmente pela habilidade do fraudador em induzir um sentimento de obrigação social na vítima.

O gatilho do compromisso é muito comum em golpes da internet

Mais um dos golpes que exploram a emoção da vítima. Neste caso, criam o relacionamento para persuadi-la e, assim, aumentar a probabilidade de sucesso. Por exemplo, o golpista engaja a vítima em uma conversa longa, estabelecendo um laço ou, como diz o ditado, vencendo-a pelo cansaço. Consequentemente, a pessoa toma alguma decisão precipitada.

Trata-se de um método para fazer a vítima se sentir comprometida e coerente com as ações do fraudador. É o caso dos empréstimos falsos, nos quais faz-se uma oferta que, aparentemente, resolveria as necessidades da vítima.

Gatilho da urgência

Por fim, uma das estratégias mais comuns nos golpes da internet. O objetivo, como o próprio nome já diz, é pressionar a vítima a tomar decisões imediatas. A tática visa acelerar a resposta, sugerindo um prazo limitado para resolver uma situação fictícia. Por exemplo, a clonagem de cartão bancário, dívida com desconto temporário e até falso acesso duvidoso à conta.

A abordagem explora a tendência que as pessoas têm em tentar resolver as coisas de forma rápida. Assim, os golpitas evitam que a vítima sequer tenha tempo para pensar racionalmente ou buscar ajuda.

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Como não cair em golpes da internet

Diante de todas essas artimanhas, a principal forma de não se tornar uma vítima é… ficar esperto! Tenha a consciência de que os golpes estão aí e, em algum momento, vão chegar até você.

Por isso, desconfie de contatos desconhecidos, propostas urgentes e pedidos de pagamento por telefone. Instituições de confiança sempre enviam alertas de que não pedem dados desta forma, nem por chamada, nem por e-mail.

Ademais, suspeite de promessas milagrosas, preços absurdamente baratos e propostas tentadoras. Afinal, quando a ajuda é demais, até o santo desconfia!

  • Luciana Gomides

    Jornalista e assessora de comunicação e imprensa com experiência em Comunicação Pública, Gestão de Eventos, Marketing Digital, análise e estratégia, gerenciamento de crises, produção e redação de conteúdo. Já trabalhou em diversos projetos e segmentos na área, inclusive como gerente de Comunicação na Educação Municipal, período em que desenvolveu produtos audiovisuais para permitir o acesso a conteúdos pedagógicos durante a pandemia. Ainda, criou áreas de Ouvidoria e Eventos Virtuais. É pesquisadora de Comunicação Compartilhada/Comunitária, Marketing Público e Políticas Públicas para Comunicação. Atuou na área de turismo e hotelaria. Especialista em Marketing e Assessoria de Comunicação.

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