Google suspende geração de imagens após erros grotescos do Gemini

| Em 01/03/2024 7:05

O Google anunciou a suspensão da geração de imagens humanas por inteligência artificial. A decisão veio após relatos de erros do Gemini para representar figuras e acontecimentos históricos.

A funcionalidade começou a operar no início de fevereiro, mas somente nos últimos dias, houve relatos de inconsistências raciais, de gênero e históricas. Por exemplo, usar pessoas negras e asiáticas para representar soldados nazistas.

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Com isso, houve uma controvérsia gigantesca entre usuários e usuárias. De um lado, progressistas afirmam que as falhas escondem discriminações notórias ao longo da história.

Por outro, pessoas mais conservadoras afirmam que a plataforma esteja tentando “forçar” a diversidade nas representações. Independente das interpretações, a empresa emitiu um comunicado de desculpas, afirmando estar tomando providências para corrigir os erros.

Impactos dos erros do Gemini

A princípio, a polêmica das falhas está na imprecisão histórica que elas causaram. Entre os apontamentos, estão:

  • uma papisa negra
  • mulheres e pessoas indígenas entre os ditos “pais fundadores” dos Estados Unidos
  • vikings com feições asiáticas

Embora nada prove que, de fato, pessoas de diferentes raças e gêneros tenham participado, por exemplo, da independência estadunidense, as medidas podem apagar preconceitos do passado. Ao menos, é o que afirmam os usuários e usuárias mais progressistas.

Mas, por que esse tipo de falha acontece? De modo geral, as plataformas de IA trabalham com dados fornecidos durante seu treinamento. Daí, quando a pessoa usuária insere um comando, mas o bot não tem as informações necessárias, acaba “inventando” ou usa conteúdo impreciso.

É o que se chama de “alucinações”, resultado da ação da máquina para não deixar o usuário ou usuária sem resposta. O problema é que, quando isso acontece, pode levar a resultados que não condizem com a realidade histórica ou social.

Declarações do Google

Antes os relatos e polêmica, a Google se pronunciou sobre os erros do Gemini. Segundo a gigante da tecnologia, os equívocos foram gerados em razão das correções de preconceito de gênero e raça, comuns nas ferramentas de inteligência artificial.

Dito de outra maneira, na tentativa de fomentar a diversidade, a IA criou imagens sem qualquer coerência, além de disfarçar discriminações que, como todo mundo sabe, tantos grupos sofreram (e ainda sofrem) ao longo da história.

Embora a variedade de gênero e raça seja fundamental, inclusive para o repertório do bot, o Google reconhece a necessidade de aprimoramento da tecnologia. Por isso, enquanto trabalha na correção dos comandos, suspendeu as imagens generativas com representação humana.

Já em memorando interno, o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, afirmou que nenhuma inteligência artificial é perfeita. No entanto, os erros do Gemini são inaceitáveis, sobretudo por ofender grupos e demonstrar vieses.

Sobre o Gemini

O Gemini é o sistema de inteligência artificial do Google, que engloba tanto o método criado pela companhia quanto a plataforma anterior, o Bard. Desde o começo, o programa tem o objetivo de ser um instrumento “multimodal”, tratando áudio, textos, códigos, vídeo e imagens.

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Logo após o lançamento, a empresa divulgou a liberação da função de criação de imagens no ambiente do Gemini. Assim, ampliava a concorrência com o ChatGPT. Nos últimos dias, porém, postagens nas redes sociais criticaram a inexatidão histórica da tecnologia.

E você, o que achou dos erros do Gemini? Chegou a detectar algum?


Com informações de Canaltech e Brazil Journal

  • Luciana Gomides

    Jornalista e assessora de comunicação e imprensa com experiência em Comunicação Pública, Gestão de Eventos, Marketing Digital, análise e estratégia, gerenciamento de crises, produção e redação de conteúdo. Já trabalhou em diversos projetos e segmentos na área, inclusive como gerente de Comunicação na Educação Municipal, período em que desenvolveu produtos audiovisuais para permitir o acesso a conteúdos pedagógicos durante a pandemia. Ainda, criou áreas de Ouvidoria e Eventos Virtuais. É pesquisadora de Comunicação Compartilhada/Comunitária, Marketing Público e Políticas Públicas para Comunicação. Atuou na área de turismo e hotelaria. Especialista em Marketing e Assessoria de Comunicação.

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