O uso de smartphones por adolescentes tem se tornado um tema cada vez mais discutido, principalmente devido aos potenciais riscos associados ao uso excessivo desses dispositivos, especialmente nessa idade.
Uma pesquisa recente buscou entender melhor esses hábitos e identificar estratégias para ajudar os pais a gerenciar e reduzir o uso problemático de smartphones entre adolescentes. Continue a leitura e entenda em detalhes!
LEIA MAIS: Como você está respirando agora? Descubra o que é a ‘Apneia de tela’!
Metodologia da pesquisa
O estudo, conduzido em Israel, envolveu 1.187 famílias compostas por pai, mãe e um adolescente, com idades entre 14 e 18 anos. Os dados foram coletados em dois momentos distintos, para possibilitar uma análise detalhada das mudanças nos comportamentos ao longo do tempo.
A pesquisa focou nas interações familiares e nas diferentes estratégias parentais para gerenciar o uso de smartphones pelos adolescentes. Foram identificadas quatro principais estratégias de mediação parental:
- Mediação restritiva: envolve a imposição de regras e limites claros sobre o uso de smartphones. Isso inclui restrições de tempo e acesso a determinados aplicativos. Esta estratégia foi associada a uma redução expressiva no uso problemático de smartphones.
- Mediação ativa negativa: caracteriza-se pela desaprovação ativa dos pais sobre certos tipos de uso de smartphones, focando nos aspectos negativos e nos riscos. No entanto, esta abordagem teve efeitos adversos, aumentando o uso problemático quando utilizada pelas mães e aumentando a pressão social quando utilizada pelos pais.
- Mediação ativa positiva: visa incentivar o uso construtivo dos smartphones, promovendo aplicativos educacionais e discutindo criticamente o conteúdo consumido. Esta estratégia mostrou-se eficaz em reduzir a dependência emocional dos adolescentes em relação aos smartphones.
- Co-uso: envolve os pais participando ativamente do uso de smartphones com os filhos, utilizando aplicativos e jogos juntos. Este tratamento ajudou a reduzir a pressão social para o uso excessivo de smartphones.
Resultados e discussões
Os resultados mostraram que o uso problemático de smartphones está associado a diversos problemas, como distúrbios do sono, queda no desempenho acadêmico e dificuldades nas relações sociais. Esses efeitos são particularmente preocupantes para adolescentes, que estão em uma fase essencial de desenvolvimento social e emocional.
Um ponto chave destacado pela pesquisa foi a importância da comunicação entre pais e adolescentes para amenizar esses e outros problemas. Melhorar a qualidade das conversas sobre o uso de smartphones foi associado a uma redução no uso problemático desses dispositivos. A comunicação eficaz envolve não só a imposição de regras, mas também o diálogo aberto sobre os riscos e benefícios do uso equilibrado dos celulares.
Considerações finais
A pesquisa, conduzida por Yaniv Efrati, chefe do Laboratório de Comportamentos de Dependência da Faculdade de Educação da Universidade Bar-Ilan, em conjunto com seus colegas, trouxe percepções importantes. Porém, ainda sim fica explícita a necessidade de mais estudos, especialmente em diferentes contextos culturais, para entender plenamente as dinâmicas envolvidas no uso de smartphones por adolescentes.
LEIA MAIS: 4 alternativas para assistir à Netflix na sua TV que não roda o aplicativo
A criação de ferramentas práticas que ajudem os pais a gerenciar essa questão é uma meta importante para futuros trabalhos. Além disso, a pesquisa aponta a importância da comunidade e do sistema educacional no apoio às famílias nessa tarefa.
Equilibrar orientação, apoio e envolvimento ativo podem ajudar a mitigar os riscos associados ao uso excessivo de celulares, e promover um ambiente digital mais saudável para os mais jovens. Para Efrati, é necessário pensar que: “Nossas descobertas defendem um equilíbrio entre orientação e uso compartilhado – essencialmente, fazer parte da experiência digital em vez de apenas supervisionar à distância.”
O estudo de Efrati, Hananel Rosenberg e do Dr. Yaakov Ophir foi publicado recentemente na Science Direct.
0 comentários