Se você acha pouco que o derretimento das calotas polares aumenta os níveis da água, imagine até saber disso! Segundo estudo publicado na Revista Nature, o fenômeno, que só se intensifica pelo aquecimento global, já está afetando o movimento de rotação da Terra. Com isso, simplesmente faz com que o planeta gire mais lentamente.
A princípio, essa desaceleração pode impactar diretamente na forma como medimos o tempo. Sobretudo, no tempo universal coordenado (UTC), o padrão pelo qual os relógios e a hora em todo o mundo são regulados.
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Por que o derretimento das calotas polares altera o movimento de rotação?
O estudo na revista Nature tem a autoria de Duncan Agnew, doutor em geologia da Universidade da Califórnia. De modo geral, a pesquisa demonstra que o derretimento das calotas polares altera a distribuição de massa da Terra. Consequentemente, ela gira mais lentamente.
Em resumo, isso ocorre porque a perda de gelo se transforma em água, por exemplo, na Groenlândia e na Antártida. Esse volume todo, como já sabemos, aumenta o volume do mar. A partir daí, transfere a massa dos polos para o Equador. E é justamente essa transferência de massa que afeta o movimento de rotação do planeta.
O que isso tem a ver com a contagem do tempo?
Desde os tempos de escola, aprendemos que o tempo é medido pelo movimento de rotação. Mas, há mais conceitos nisso.
A rotação da Terra, que determina as horas e minutos do nosso dia, não é constante e pode sofrer pequenas variações devido a atividades na superfície terrestre e no seu núcleo. Quando essas variações ocorrem, pode ser necessário ajustar os relógios globais com um “segundo intercalar”.
Este ajuste, apesar de parecer insignificante, é crucial para manter a precisão de sistemas computacionais, da Internet e de operações comerciais em todo o mundo. Contudo, o estudo indica que a perda de gelo nos polos está influenciando essa precisão. Assim, afeta o Tempo Universal Coordenado (UTC).
Segundo Agnew, da Universidade da Califórnia, o derretimento das calotas polares pode levar à necessidade de um “segundo intercalar”, um tipo de ajuste no quais se adiciona segundos no UTC para alinhar o tempo com a rotação terrestre. De modo geral, esse ajuste ocorre desde 1972, quando necessário.
O problema é que a previsão é de que isso ocorra três anos mais cedo do que seria necessário sem o derretimento. Ao que tudo indica, esse intercalar já pode vir em 2026. A diferença é que, pela primeira vez, precisaríamos remover um segundo do UTC para manter a sincronização, em vez de adicionar.
Impactos do “segundo intercalar” negativo
Mas, o que isso significa para o planeta? De modo geral, a introdução de um “segundo intercalar” negativo pode trazer desafios técnicos para sistemas de computadores e redes, uma vez que dependem de uma sincronização precisa de tempo. Então, para se adaptar a essa mudança, será necessário ajustar os sistemas e protocolos que gerenciam o tempo global.
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Sem falar no quanto essa necessidade é um indicador preocupante do impacto das mudanças climáticas no planeta. Afinal, a aceleração do derretimento das calotas polares demonstra a magnitude da influência humana no sistema terrestre.
O estudo do Dr. Agnew destaca a necessidade de ações urgentes para combater o aquecimento global e mitigar seus impactos. A comunidade científica e os governos globais devem trabalhar juntos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e proteger o planeta para as próximas gerações.
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