Pesquisadores da University of Technology Sydney (UTS), na Austrália, alcançaram um marco importante na comunicação humano-máquina ao desenvolver um capacete com inteligência artificial (IA) capaz de ler pensamentos e convertê-los em texto
Este dispositivo representa uma nova fronteira na neurociência e na IA, trazendo esperança para pessoas com dificuldades de comunicação devido a condições como acidente vascular cerebral (AVC) ou paralisia.
Como funciona o capacete?
O capacete utiliza um eletroencefalograma (EEG) para captar a atividade cerebral do usuário. As ondas cerebrais são então analisadas por um sistema avançado de IA chamado DeWave. Este sistema é capaz de segmentar e interpretar as ondas cerebrais, convertendo-as em palavras e frases.
A pesquisa destacou que o modelo DeWave é mais eficaz no reconhecimento de verbos do que de substantivos, com uma precisão de tradução atual em torno de 40%.
O capacete foi desenvolvido pelo esforço conjunto do Professor Chin-Teng Lin, Diretor do GrapheneX-UTS HAI Centre, que liderou o trabalho juntamente com o primeiro autor Yiqun Duan e Jinzhou Zhou, da Faculdade de Engenharia e TI da UTS.
Impacto e aplicações futuras
O impacto deste desenvolvimento é notável, especialmente para indivíduos com dificuldades de fala. Além de ajudar essas pessoas a se comunicarem mais efetivamente, o capacete tem o potencial de ser utilizado em aplicações médicas e na operação de dispositivos como braços biônicos ou robôs.
Este avanço também abre portas para uma maior integração entre humanos e máquinas, promovendo uma comunicação mais fluída e natural.
Desafios e desenvolvimento contínuo
Embora promissor, o capacete ainda enfrenta desafios, principalmente em termos de precisão na tradução dos pensamentos. O fato de trabalhar com sinais captados por um capacete dificulta a interpretação dos pensamentos, pois o sinal lido é mais ruidoso quando comparado com as alternativas mais invasivas de uso de eletrodos implantados diretamente no cérebro.
Os pesquisadores estão focados em melhorar essa precisão e expandir as possíveis aplicações da tecnologia. A integração de grandes modelos de linguagem com a neurociência está sendo vista como um avanço significativo no campo, trazendo novas perspectivas e possibilidades.
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