A fronteira final da exploração humana não está apenas acima, no cosmos, mas também abaixo, nas profundezas escuras e silenciosas dos nossos oceanos. Saído direto das ideias imaginativas de Júlio Verne, alguém alcançou uma dessas fronteiras diretamente do ponto mais profundo do oceano Atlântico.
Victor Vescovo, um explorador e milionário norte-americano, recentemente alcançou um marco importante neste quesito. Ele se tornou o primeiro humano a atingir o ponto mais profundo do Atlântico, a Trincheira de Porto Rico, localizada a impressionantes 8.376 metros abaixo da superfície do mar.
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O que há no fundo do oceano?
A descida de Vescovo, que durou cerca de duas horas e meia, foi uma experiência singular. Ele descreveu o ambiente como “profundamente relaxante”, imerso em um silêncio absoluto e escuridão completa.
A façanha é apenas uma de suas conquistas em seu extenso histórico de exploração, que inclui visitas a locais significativos como o famoso Titanic no Atlântico e o Horizon Deep na Trincheira de Tonga, o segundo ponto mais profundo do mundo.
Mas a jornada de Vescovo não se limita ao Atlântico. Ele e sua equipe também alcançaram a Challenger Deep, na Fossa das Marianas, o local mais profundo da Terra. Nessas expedições, Vescovo fez descobertas extraordinárias, revelando formas de vida inéditas e características geológicas únicas no leito marinho.
O impacto de Vescovo no mundo da exploração é significativo. Isso porque, ele faz parte de um grupo seleto de 17 pessoas que conquistaram o Everest e já realizou expedições aos dois polos do planeta.
Seu próximo grande desafio é explorar os pontos mais profundos dos cinco oceanos. Este projeto inclui locais como a Fenda das Ilhas Sandwich no Oceano Antártico, com 8.428 metros de profundidade, e a ainda inexplorada Fenda de Java.
Além do espírito aventureiro, a missão de Vescovo tem um forte componente científico. Ele investiu aproximadamente 150 milhões de reais na construção de um mini-submarino de titânio, visando não somente aventuras pessoais, mas também contribuições significativas para a ciência.
A expedição já está gerando imagens e mapas inéditos dos locais explorados, e um documentário está previsto para ser exibido pelo Discovery.
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Em comparação com a exploração espacial, que já mapeou todos os planetas do nosso sistema solar, os oceanos ainda guardam muitos mistérios. Eles cobrem 70% da superfície terrestre, com uma profundidade média de 3.688 metros, mas apenas 5% foram explorados, e somente 35% do planeta foram mapeados.
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