Você, com certeza, já teve a sensação de falar sobre algo e, misteriosamente, começar a receber anúncios sobre isso em suas redes sociais. Daí, tem a impressão de que seu celular ouve o que você fala, certo? Pois, a experiência, antes considerada teoria da conspiração, pode ter uma base real. Ao menos, é o que explica uma série de reportagens recentes veiculadas nos Estados Unidos.
Conforme publicações do site 404 Media, empresas assumiram acessar os microfones dos smartphones para coletar dados. Segundo as corporações, a prática tem por objetivo impulsionar as estratégias de publicidade.
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O problema maior é que tudo é feito sem autorização da pessoa usuária, o que, com certeza, configura invasão de privacidade.
Como funciona a “Escuta Ativa”?
Não, não estamos falando da interação verdadeiramente interessada, tão importante nos recursos humanos! Aqui, trata-se de uma prática que, principalmente, permite às empresas identificarem compradores potenciais em tempo real. Para isso, distribuírem anúncios personalizados em redes sociais, como o Instagram. Basicamente, esta é a essência da impressão de que seu celular ouve o que você fala.
Só para exemplificar, grandes empresas como a MindSift, admitiram abertamente o uso dessa técnica. Ou seja, elas utilizam a tecnologia de reconhecimento de voz a parceiros que fornecem o recurso a grandes companhias.
Mas, como isso funciona? A ideia é simples: ao detectar um comentário próximo ao celular sobre um determinado produto ou serviço, anúncios relacionados são exibidos nas redes sociais do usuário. Dito de outra forma, vamos supor que alguém fale sobre botas de cano alto.
Daí, logo depois, começam a aparecer anúncios de lojas nas redes sociais dessa pessoa. Quem paga pelo serviço pode escolher até onde quer que isso funcione. Então, um tipo de “pixel de rastreamento” é usado no site para contar quantas pessoas veem o anúncio.
Eles também mencionam que não só o celular ouve o que você fala. Pelo contrário, há a coleta de dados também de assistentes virtuais e TVs. Empresas, incluindo concessionárias de carros, locadoras de imóveis e prestadoras de serviços, estão utilizando essa tecnologia para impulsionar suas estratégias de publicidade.
Se o celular ouve o que você fala, há garantia de anonimato?
A princípio, quando o celular ouve o que você fala, as empresas garantem anonimato na coleta de dados. Isso seria possível graças a conjuntos de dados agregados e anônimos. Assim, as informações não permitiriam rastrear indivíduos.
Além disso, segundo as empresas, só coletam informações com o consentimento e conforme as regras dos dispositivos usados. Ainda afirmam que os dados capturados por esses aparelhos não são compartilhados com terceiros e que não há captura quando o dispositivo está desligado.
Por fim, algumas organizações afirmam usar diferentes tecnologias para mostrar anúncios direcionados, por exemplo, recursos e bancos de dados de outras empresas, que podem ser compartilhados ou adquiridos. Sendo assim, não assumem que, para elas, o celular ouve o que você fala.
Ou seja, a eficácia desse anonimato é questionável, levantando preocupações sobre a privacidade dos usuários.
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Como se proteger?
Diante dessa potencial invasão de privacidade quando o celular ouve o que você fala, como se proteger? Infelizmente, há poucas opções para a pessoa usuária comum.
Entre elas, a recomendação é revisar as políticas de privacidade de dispositivos e aplicativos. E, também, desativar o uso do microfone para aplicativos específicos. Sendo assim, informar-se sobre as práticas das empresas e tomar medidas proativas é indispensável.
Em suma, a possibilidade de que o celular ouve o que você fala pode ser assustadora e, em alguns casos, questionável quanto à legalidade. No entanto, a conscientização sobre suas configurações de privacidade e a atenção às políticas das empresas são as melhores armas para proteger sua privacidade. Priorize sua segurança online e esteja ciente das práticas das empresas que lidam com seus dados.
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