A capacidade de armazenamento do cérebro humano sempre atraiu a atenção de cientistas e pesquisadores. Recentemente, um estudo publicado na revista Neural Computation revelou que essa capacidade pode ser quase dez vezes maior do que anteriormente estimado.
Esta descoberta, além de alterar percepções tradicionais sobre o funcionamento do cérebro, também abre novas possibilidades para a compreensão da aprendizagem, envelhecimento e doenças neurológicas.
LEIA MAIS: Nissan abandona motores a combustão e foca em veículos elétricos – Mundo e-Tech
O estudo e suas metodologias
Os pesquisadores do Instituto Salk de Estudos Biológicos utilizaram um método de alta precisão para medir a força das conexões entre os neurônios, chamadas sinapses, em cérebros de ratos.
As sinapses são essenciais para a aprendizagem e memória, pois são os pontos de comunicação entre as células cerebrais.
Por meio da análise detalhada dessas conexões, os cientistas puderam quantificar com mais precisão a quantidade de informação que o cérebro pode armazenar.
Teoria da informação aplicada ao cérebro
Para medir a força sináptica e a plasticidade, a equipe utilizou a teoria da informação, uma abordagem matemática para entender como a informação é transmitida em um sistema.
Esta técnica permite quantificar a quantidade de informação que pode ser transmitida através das sinapses, levando em conta o “ruído de fundo” natural do cérebro.
Historicamente, acreditava-se que as sinapses tinham um número limitado de tamanhos e intensidades, restringindo a capacidade de armazenamento do cérebro. No entanto, o novo estudo sugere que as sinapses podem ter uma variação muito maior, e, deste modo, o cérebro poderia armazenar aproximadamente 10 vezes mais informações do que se pensava anteriormente.
A pesquisa mostrou que as sinapses no hipocampo, uma região chave para a aprendizagem e memória, podem armazenar entre 4,1 e 4,6 bits de informação, muito mais do que os estudos anteriores indicavam.
LEIA MAIS: Android detectará se seu celular foi roubado e fará o bloqueio – Entenda!
Impactos da descoberta
Compreender a verdadeira capacidade de armazenamento do cérebro pode melhorar estratégias de educação e treinamento. Ao saber que o cérebro pode reter mais informações, métodos de ensino podem ser adaptados para maximizar essa capacidade, por exemplo.
A nova metodologia também pode ser aplicada para estudar o cérebro em diferentes estados de saúde. Doenças como Alzheimer, que afetam a capacidade cognitiva e a memória, podem ser mais bem compreendidas ao se analisar como as sinapses enfraquecem e perdem a capacidade de armazenar informações.
Como resultado, eventualmente isso pode levar ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para retardar ou prevenir o declínio cognitivo.
Por fim, a descoberta também abre portas para melhorias em neurotecnologia, incluindo o desenvolvimento de interfaces cérebro-computador mais avançadas. Com um melhor entendimento da capacidade de armazenamento do cérebro, essas tecnologias podem ser ajustadas para otimizar a transferência de informações entre o cérebro e dispositivos eletrônicos, beneficiando áreas como a medicina e a reabilitação neurológica.
0 comentários