A recente revelaรงรฃo da startup chinesa Betavolt Technology sobre o desenvolvimento de uma bateria nuclear capaz de alimentar dispositivos por atรฉ 50 anos sem recarga tem despertado considerรกvel interesse no cenรกrio da tecnologia.
Esse avanรงo notรกvel foi percebido por especialistas, incluindo Euclydes Marega Jรบnior, cientista e professor do Instituto de Fรญsica de Sรฃo Carlos (IFSC) da Universidade de Sรฃo Paulo (USP). Marega destaca a inovaรงรฃo da Betavolt ao empregar um isรณtopo de nรญquel em decomposiรงรฃo (nรญquel-63) e camadas semicondutoras de diamante sintรฉtico, proporcionando um novo horizonte para a autonomia energรฉtica de dispositivos cotidianos. Entenda mais sobre as funcionalidades nos tรณpicos abaixo!
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Funcionamento e benefรญcios da bateria nuclear
O funcionamento da bateria nuclear BV100, conforme descrito no anรบncio da Betavolt, baseia-se na degradaรงรฃo do nรญquel-63, gerando eletricidade por meio de camadas semicondutoras.ย
Medindo 15 x 15 x 5 mm, esse modelo inicial produz aproximadamente 100 micro watts de eletricidade, com planos de atingir 1 watt atรฉ 2025, sendo resistente a temperaturas extremas, de -60 ยฐC a 120 ยฐC.ย
Paralelamente, a tecnologia de bateria nuclear jรก รฉ utilizada em sondas espaciais, como as norte-americanas Voyager 1 e Voyager 2, lanรงadas pela NASA em 1977. Essas sondas operam continuamente no espaรงo sem a necessidade de recargas, destacando a durabilidade e eficiรชncia dessa abordagem.
No entanto, os desafios residem nos custos e riscos associados ร s atuais baterias termonucleares, que utilizam isรณtopos radioativos, limitando sua aplicaรงรฃo na Terra.
Existem diferenรงas notรกveis em relaรงรฃo ร s baterias nucleares convencionais, como as utilizadas em sondas espaciais, ร s quais mencionamos acima. Nestes casos, as baterias sรฃo altamente radioativas, podendo se tornar lixo atรดmico prejudicial ร saรบde, dado que sรฃo feitas com isรณtopos de plutรดnio, como o plutรดnio-238. Contudo, a abordagem da bateria chinesa Betavolt รฉ bem distinta.
Implantaรงรฃo futura
Considerando o potencial dessa inovaรงรฃo, surge a questรฃo de como essa bateria nuclear poderia ser integrada em dispositivos do dia a dia. Embora promissora, a tecnologia enfrenta desafios significativos.
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Sua tecnologia carrega o semicondutor, criando um balanรงo de carga, resultando na produรงรฃo de eletricidade. Esta distinรงรฃo tecnolรณgica, combinada com a promessa de longa durabilidade, levanta questรตes sobre a viabilidade dessa inovaรงรฃo nos dispositivos cotidianos.
ร preciso considerar o ciclo de vida mais curto de dispositivos, como smartphones, em comparaรงรฃo com a proposta de uma bateria com 50 anos de autonomia.
Euclydes Marega Jรบnior alerta sobre a necessidade de estudos prรกticos e testes na vida real para confirmar a seguranรงa dessa abordagem. Em todo o caso, a durabilidade da bateria e a rapidez das mudanรงas tecnolรณgicas representa um desafio crรญtico para a eventual integraรงรฃo dessa inovaรงรฃo nas ferramentas cotidianas.
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