A Lua continua a surpreender poetas, apaixonados, artistas e, claro, cientistas ou entusiastas da astronomia. Afinal, sempre há novas descobertas que expandem nosso entendimento sobre o satélite natural da Terra. Recentemente, duas grandes revelações chamaram a atenção da comunidade científica em todo o mundo: a criação do primeiro atlas geológico de alta definição da Lua. Não só isso, como também o achado de água em cristais lunares.
Vem entender as implicações de todas estas descobertas recentes sobre a Lua.
Criação do primeiro Atlas Geológico lunar em alta definição
Antes de tudo, vamos falar dessa super ação? Pesquisadores da China desenvolveram o primeiro atlas geológico de alta definição da Lua, com uma escala de 1:2,5 milhões. Certo, mas por que isso é tão importante? Este material, disponível em chinês e inglês, é um recurso essencial para futuras missões lunares.
Só para ilustrar, oferece mapas detalhados que incluem informações geológicas, litológicas e tectônicas de toda a superfície lunar. Por isso, essa inovação marca um avanço expressivo desde os mapas geológicos produzidos na era do programa Apollo, na década de 1960.
Além da própria descoberta em si, o mais interessante é a longevidade do projeto. Iniciado em 2012 pelo Instituto de Geoquímica da Academia Chinesa de Ciências (IGCAS) em colaboração com outras instituições, utilizou dados do Projeto Chang’e da China, entre outras pesquisas lunares.
Neste período, a equipe estudou rochas, estruturas geológicas e idades geológicas com o objetivo de criar padrões técnicos próprios para o mapeamento da Lua. Sendo assim, o atlas vai além de preencher uma lacuna na pesquisa chinesa, servindo também como referência científica para futura exploração da Lua. Com todo o seu conteúdo, inclusive contribui para o estudo da origem e evolução lunar, bem como do Sistema Solar.
Descobertas sobre a Lua mostram água em cristais
Porém, o atlas não é a única novidade recente sobre o satélite natural. Em um estudo publicado na revista Science Advance, cientistas revelaram a descoberta de água na Lua, sob a forma de cristais de vidro em sua superfície.
Esta descoberta foi possível graças às amostras coletadas pela missão Chang’e-5, que retornou à Terra em dezembro de 2020. Desde então, os pesquisadores analisaram quase 100 amostras e detectaram água em 12 delas.
Esses cristais, formados por impactos de meteoritos e micrometeoritos ao longo de séculos, contêm água molecular e hidroxila. Os cientistas acreditam que a água presente neles tem múltiplas origens:
- implantação pelo vento solar
- impactos de meteoritos ricos em água
- água presente na Lua desde sua formação
Assim como o atlas, essa descoberta também é essencial para entender a história da água na Terra e em outros planetas rochosos. Isso porque, a princípio, que processos similares podem ter ocorrido na formação inicial da Terra.
Deu para ver que a missão Chang’e-5 desempenhou um papel fundamental nestas descobertas sobre a Lua, hein? Vale lembrar que, além das amostras já analisadas, a China lançou uma missão mais recente, especificamente em maio deste ano. A finalidade foi coletar mais amostras, desta vez, no lado escuro da Lua. A missão retornou à Terra no último dia 25 de junho.
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