Desde os tempos de escola, o que se aprende é que, para respirar, os seres vivos dependem do oxigênio. E sim, mesmo os peixes. Mas, e se a gente te dissesse que existe um animal que não precisa de oxigênio? Pois é, um fato bem surpreendente!
Acontece que uma equipe da Universidade de Tel Aviv encontrou um parasita cuja vida é totalmente livre dessa dependência. O estudo foi feito em 2020, e o animal se trata do Henneguya salminicola, um ser semelhante a uma água-viva que, a princípio, habita no salmão. Apesar de minúsculo, desafia conceitos estabelecidos sobre a biologia dos organismos multicelulares.
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Como é o animal que não precisa de oxigênio?
Segundo a equipe de pesquisadores liderada por Dayana Yahalomi, o Henneguya salminicola é um cnidário, parente das águas-vivas, corais e anêmonas. Sua estrutura, inclusive, é bastante complexa e lembra as células urticantes das medusas, usadas para se agarrar aos hospedeiros. Ok, mas o que explica que esse parasita sobreviva sem oxigênio?
A análise de seu DNA revela a ausência de muitos genes nucleares envolvidos na respiração mitocondrial. De modo geral, isso esclarece sua dependência de um metabolismo anaeróbico, ou seja, sem necessidade de ar.
Em outras palavras, essa falta do genoma mitocondrial significa que ele não realiza respiração aeróbica. Por isso, pode viver em condições de baixo oxigênio, como o organismo de um peixe, sem qualquer dificuldade. Sendo assim, no lugar do genoma mitocondrial, o parasita desenvolveu organelas relacionadas às mitocôndrias. E, em suma, são elas as responsáveis pelo metabolismo anaeróbico.
Como funciona a vida sem oxigênio?
Para entender como o H. salminicola sobrevive sem oxigênio, os pesquisadores realizaram um estudo detalhado usando sequenciamento profundo e microscopia de fluorescência. Assim, compararam seus achados com um parasita de peixe cnidário relacionado, o Myxobolus squamalis, que também possui um genoma mitocondrial. O método foi decisivo para confirmar que o H. salminicola realmente não depende de oxigênio para sobreviver.
A descoberta do animal que não precisa de oxigênio sem dúvidas desafia a noção de que todos os organismos multicelulares precisam de oxigênio para sobreviver. Afinal, desde que a vida começou a metabolizar oxigênio há mais de 1,45 bilhão de anos, essa habilidade é tida como essencial para a sobrevivência de organismos complexos.
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No entanto, o parasita aparentemente perdeu a capacidade de respiração aeróbica, indicando uma adaptação evolucionária impressionante. Algo que, a propósito, muda nossa compreensão de como a vida pode funcionar aqui na Terra. Não só isso, mas também tem implicações significativas na busca por vida extraterrestre. Como assim?
Bem, se um organismo multicelular pode viver sem oxigênio na Terra, é possível que formas de vida similares existam em ambientes extraterrestres extremos. Ambientes onde, inicialmente, o oxigênio é escasso ou mesmo inexistente.
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