Falando sobre as recentes conquistas científicas do Brasil, uma inovação se destaca: a primeira bateria nuclear nacional desenvolvida pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN-CNEN).
Essa conquista promissora promete transformar a maneira como encaramos a energia, oferecendo uma solução duradoura e sustentável para o fornecimento elétrico em locais específicos. Continue a leitura e entenda detalhes!
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Como funciona a bateria nuclear brasileira?
Ao contrário das tradicionais baterias que precisamos recarregar constantemente, a bateria nuclear brasileira opera a partir do decaimento natural de um isótopo de amerício, conhecido como amerício-241.
Esse metal radioativo emite partículas alfa e gama, gerando calor como subproduto. A magia acontece quando esse calor passa por pastilhas termoelétricas geradoras de energia elétrica, sem a necessidade de fissão nuclear.
Atualmente, as pastilhas termoelétricas geram uma tensão de saída de 20 milivolts (mV) devido à diferença de temperatura entre a fonte de amerício (lado quente) e a parte externa (lado frio). Embora o modelo atual tenha uma capacidade limitada, é um primeiro passo importante para validar o conceito e abrir caminho para versões mais potentes.
Onde podemos utilizar baterias como essas?
As possibilidades de aplicação são vastas. Atualmente, baterias nucleares seguindo esse mesmo conceito são utilizadas em locais remotos, como faróis em ilhas desertas ou nos dispositivos enviados para o espaço, como satélites e rovers da NASA.
A bateria brasileira, com sua impressionante durabilidade de 200 anos, poderia ser um catalisador para alimentar dispositivos instalados em locais de difícil acesso, por exemplo.
Riscos e segurança
Naturalmente, quando falamos de tecnologia nuclear, a preocupação com riscos à saúde humana e ao meio ambiente surge. No entanto, Maria Alice Morato Ribeiro, pesquisadora do Centro de Engenharia Nuclear do IPEN, destaca as medidas de segurança implementadas. O uso de eficientes blindagens e a contenção do radioisótopo em uma fonte selada garantem a segurança, eliminando o risco de dispersão do material.
Além disso, devemos considerar que, na década de 1970, baterias nucleares eram amplamente utilizadas em marca-passos cardíacos, evidenciando que, quando aplicadas corretamente, essas tecnologias podem ser seguras e benéficas.
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A importância do avanço: energia sustentável para o futuro
A conquista da primeira bateria nuclear brasileira não apenas representa um feito científico notável, mas também carrega consigo implicações significativas para o futuro da energia sustentável. Vamos explorar a importância desse avanço.
- Sustentabilidade a longo prazo: a durabilidade extraordinária da bateria, estimada em 200 anos devido à meia-vida do amerício-241, posiciona-se como uma solução sustentável a longo prazo.
- Contribuição para novas tecnologias: considerando o histórico de uso de baterias nucleares em explorações espaciais, o desenvolvimento brasileiro tem implicações diretas para futuras missões espaciais e a criação de novas tecnologias.
- Reciclagem de resíduos radioativos: a capacidade de criar essas baterias a partir da reciclagem de radioisótopos presentes em combustíveis de reatores nucleares destaca um aspecto inovador na gestão de resíduos.
Em conclusão, é um grande marco para que soluções diferenciadas sejam implantadas e para que possamos ter novas possibilidades no meio tecnológico!
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