O cimento, um dos materiais mais utilizados no mundo, pode passar por uma mudança bem marcante. Pesquisadores do MIT desenvolveram um novo tipo de material que pode transformar casas e estradas em baterias gigantes, oferecendo uma solução que pode ajudar a evoluir o armazenamento de energia.
Como funciona o novo cimento-bateria?
O segredo por trás desse novo cimento está na combinação de cimento tradicional com negro de carbono (também chamado de negro de fumo) e água.
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O negro de fumo, uma forma de carbono altamente condutiva e repelente à água, é a chave para o funcionamento do novo material.
Admir Masic, um dos cientistas do MIT, disse em comunicado: “Temos o material artificial mais utilizado no mundo, o cimento, que é combinado com negro de fumo. Você tem esses materiais com pelo menos dois milênios de idade que, quando combinados de uma maneira específica, resultam em um nanocompósito condutor, e é aí que as coisas ficam realmente interessantes.”
Quando misturado com o cimento, o negro de fumo cria uma rede condutora de nanocompósitos que permitem o armazenamento e a liberação de energia, similar ao funcionamento de um supercapacitor.
Propriedades do negro de fumo
O negro de fumo tem uma longa história de uso, inclusive em manuscritos antigos, mas suas propriedades únicas são o que o tornam ideal para essa aplicação moderna.
Como dissemos antes, sua alta condutividade elétrica permite a formação de uma rede interna no cimento, que facilita o armazenamento de energia. E, além disso, sua capacidade de repelir água ajuda a manter a estabilidade da estrutura, essencial para aplicações em ambientes externos e na construção civil.
Potenciais aplicações
1. Estradas que carregam veículos elétricos
Uma das aplicações mais animadora para esse novo tipo de cimento é na pavimentação de estradas. Estradas feitas com esse material poderiam coletar energia solar durante o dia e carregar veículos elétricos sem fio enquanto eles circulam.
Essa tecnologia poderia reduzir drasticamente a necessidade de estações de carregamento fixas e permitir viagens mais longas e sustentáveis com veículos elétricos.
2. Casas com fundamentos energéticos
Outro uso promissor é na construção de casas. Com esse cimento, as fundações de uma casa poderiam armazenar energia suficiente para alimentar a residência, coletando energia de painéis solares ou turbinas eólicas durante o dia e liberando conforme necessário.
Isso poderia tornar as casas mais autossuficientes e reduzir a dependência de redes elétricas tradicionais, especialmente em áreas remotas ou propensas a desastres naturais.
Impactos futuros
Um ponto a se destacar é que a produção de cimento tradicional é uma das maiores fontes de emissões de CO2 no mundo. Deste modo, integrar uma função de armazenamento de energia no cimento, além de adicionar um novo valor ao material, também incentiva o uso de fontes de energia renováveis, ajudando a reduzir a pegada de carbono geral.
Embora o cimento ainda tenha um custo ambiental, sua dupla função como material de construção e armazenamento de energia é um passo importante na área das construções sustentáveis.
Além disso, o novo cimento é composto de materiais baratos e abundantes, em contraste com as baterias tradicionais que dependem de lítio, um recurso caro e finito. Soma-se a isso o fato de que a mineração de lítio também é intensiva em carbono, contribuindo ainda mais para as emissões globais.
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Portanto, o uso desse novo cimento poderia reduzir a demanda por baterias de lítio, economizando recursos naturais e reduzindo custos a longo prazo.
A aplicação bem-sucedida dessa tecnologia pode levar a um grande avanço na infraestrutura global. Vamos torcer para que a descoberta traga muitos resultados positivos, não é mesmo?
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