Google Chrome abandona plano de eliminar ‘cookies’: o que muda?

A medida busca satisfazer os anunciantes e proteger a privacidade dos usuários

por Luciana Gomides
| Em 27/07/2024 às 18:47

Elimina cookies, deixa cookies. Elimina cookies, deixa cookies. Parece uma paródia tecnológica do Auto da Compadecida, mas é só o planejamento do Google em relação a estes arquivos! Após quatro anos de tentativas, atrasos e discordâncias com profissionais e empresas de publicidade, o Google Chrome seguirá com os cookies. Ou seja, a Big Tech abandonou a ideia de eliminá-los. No lugar, deve propor uma nova forma de lidar com o sistema. E aí, muda alguma coisa para a sua privacidade?

Por que o Google Chrome continua com os cookies?

A princípio, a decisão veio após entraves e embaraços tanto com o ramo publicitário digital quanto órgãos reguladores de privacidade. Na prática, as pessoas usuárias podem bloquear os cookies nas configurações do navegador.

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Agora, no lugar de eliminá-los, o Google vai mostrar uma mensagem para que a pessoa decida se quer ou não deixar os arquivos ativados. Segundo aponta o The Wall Street Journal, a medida tem o objetivo de deixar a transição mais simples sem afetar tanto qualquer parte envolvida.

Entre essas partes envolvidas, está o Privacy Sandbox do Google, um ramo da empresa para substituir os cookies do Google Chrome. Em uma postagem no blog oficial, o vice-presidente Anthony Chavez responsável pela área reconhece a transição requer um trabalho significativo e afetará editores, anunciantes e todos aqueles que estão na publicidade online”.

Chavez também mencionou “uma abordagem atualizada que eleva a escolha da pessoa usuária”. Um caminho que, segundo ele, está em discussão conjunta com os reguladores.

Desde quando o Google Chrome quer eliminar os cookies?

Essa história toda vem desde 2020, quando a empresa divulgou seu plano original para acabar com os cookies. Na ocasião, o Google deu um prazo de dois anos para garantir a proteção da privacidade de quem navegasse na internet.

Contudo, os anunciantes imediatamente expressaram seu descontentamento. A justificativa era que a substituição os obrigaria a mudar seus gastos para os produtos de publicidade digital da Big Tech.

Além disso, em 2021, agências reguladoras do Reino Unido iniciaram uma investigação para verificar se o plano traria algum impacto negativo na concorrência na publicidade digital. Então, em meio à investigação, o Google se comprometeu a colaborar.

Entre as alternativas, a empresa implementou o mínimo 60 dias de aviso antes de retirar os cookies. O prazo, inicialmente, serviria para revisão de qualquer plano e, se necessário, impor mudanças.

Enquanto a investigação se estendia, o cronograma só ganhou adiamentos. Em abril de 2022, por exemplo, o The Wall Street Journal noticiou que o governo britânico emitiria um relatório com críticas às tecnologias de substituição sugeridas pelo Google.

Só para ilustrar, o documento as classificaria como altamente defeituosas. Logo depois, entretanto, o Google informou que protelaria a eliminação dos cookies além do último prazo adiantado, que era o final deste ano. Que novela, hein?

Em conclusão, a alteração de estratégia do Google Chrome sobre os cookies só mostra como é difícil equilibrar a privacidade do usuário às demandas da indústria de publicidade digital. Contudo, ainda conforme Chavez, o compromisso é sempre fornecer uma solução que mantenha a escolha do usuário no centro.

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Cookies: o que são e para que são usados?

Afinal, para que servem os cookies? O Google instituiu o sistema para diversos usos em seu ecossistema de serviços. De modo geral, trata-se de pequenos arquivos que guardam as preferências e outras informações nos navegadores dos usuários. Isso, a princípio, seria essencial para o funcionamento de diferentes ferramentas da empresa.

Contudo, o uso mais expressivo dos cookies do Google Chrome está no ‘remarketing’ e no Google Analytics. Isso se dá pela ajuda que os arquivos proporcionam na identificação das preferências do usuário. Consequentemente, reflete na publicação de anúncios e no acompanhamento de resultados.

Além disso, a medição de conversões do Google Ads e do Campaign Manager também depende dos cookies. Por exemplo, quando um desses arquivos é adicionado ao dispositivo de um usuário ao clicar em um anúncio, permite o acompanhamento de vendas e outras conversões.

Na maioria dos casos, não é necessário alterar as preferências padrão nos navegadores. No entanto, o Google Developers ressalta que algum ajuste na configuração deste elemento deve ser feito com base nas necessidades específicas do site em questão.

  • Jornalista e assessora de comunicação e imprensa com experiência em Comunicação Pública, Gestão de Eventos, Marketing Digital, análise e estratégia, gerenciamento de crises, produção e redação de conteúdo. Já trabalhou em diversos projetos e segmentos na área, inclusive como gerente de Comunicação na Educação Municipal, período em que desenvolveu produtos audiovisuais para permitir o acesso a conteúdos pedagógicos durante a pandemia. Ainda, criou áreas de Ouvidoria e Eventos Virtuais. É pesquisadora de Comunicação Compartilhada/Comunitária, Marketing Público e Políticas Públicas para Comunicação. Atuou na área de turismo e hotelaria. Especialista em Marketing e Assessoria de Comunicação.

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