O aço inoxidável, uma das ligas metálicas mais utilizadas no mundo, tem uma característica que o distingue de outras: ele não enferruja. Esse fenômeno ocorre devido à sua composição química, que cria uma camada protetora em sua superfície, impedindo a oxidação do ferro.
Vamos entender detalhadamente o porquê desse comportamento e conhecer outros materiais que compartilham dessa resistência à ferrugem.
Por que o aço inoxidável não enferruja?
A oxidação é um processo natural em que o ferro, quando exposto ao oxigênio, reage quimicamente, formando óxido de ferro, mais conhecido como ferrugem. Esse processo deteriora gradualmente o material, o que pode comprometer sua integridade e aparência.
No entanto, o aço inoxidável é composto por pelo menos 10,5% de cromo, que é parte fundamental da sua resistência à oxidação. De maneira resumida, o cromo presente na liga reage com o oxigênio do ambiente, e, deste modo, cria uma fina camada de óxido de cromo (Cr2O3) na superfície do aço.
Essa camada, conhecida como “camada passiva”, é extremamente fina e invisível, mas age como uma barreira protetora, impedindo que o oxigênio alcance o ferro presente no aço e inicie o processo de oxidação. Inclusive, mesmo que essa camada seja danificada, ela tem a capacidade de se autorreparar, desde que o cromo continue exposto ao oxigênio.
Portanto, essa proteção natural é o que torna o aço inoxidável ideal para diversas aplicações, como em utensílios de cozinha, instrumentos cirúrgicos e indústrias de alimentos, onde a resistência à corrosão e a facilidade de higienização são essenciais.
A descoberta do aço inoxidável
A descoberta do aço inoxidável ocorreu de maneira curiosa. Em 1912, o metalurgista inglês Harry Brearley estava realizando estudos sobre ligas metálicas para evitar a corrosão em canos de armas. Porém, durante seus experimentos, Brearley desenvolveu uma liga de ferro, carbono, cromo e níquel, que, para sua surpresa, não enferrujava, mesmo quando exposta ao ambiente por semanas.
Inicialmente, essa liga não foi considerada adequada para o uso militar, mas Brearley percebeu seu potencial para outras aplicações e, em 1915, apresentou o aço inoxidável ao mundo.
Desde então, ele passou a ser amplamente utilizado em diversas indústrias. Atualmente, o aço inoxidável representa cerca de 4% da produção mundial de aço, embora seu custo de fabricação seja mais elevado em comparação ao aço comum.
Inclusive, esse custo adicional se justifica pela inclusão de elementos metálicos especiais, como molibdênio, que aumentam sua resistência à corrosão, principalmente em ambientes subaquáticos.
Outros materiais que não enferrujam
Além do aço inoxidável, existem outros materiais que também são conhecidos por sua resistência à corrosão e ao enferrujamento. Entre eles, destacam-se:
- Alumínio: embora não seja tão resistente quanto o aço inoxidável, o alumínio forma uma camada protetora de óxido de alumínio quando exposto ao ar, o que impede a corrosão em muitas condições.
- Titânio: amplamente utilizado na indústria aeroespacial e médica, o titânio também é altamente resistente à corrosão. Assim como o aço inoxidável, ele forma uma camada passiva de óxido em sua superfície, o que garante sua durabilidade.
- Cobre: apesar de ser suscetível à oxidação, o cobre desenvolve uma camada de pátina (óxido de cobre) que, embora mude a cor do metal, age como uma barreira protetora, evitando a corrosão mais profunda.
Enfim, fica claro que o aço inoxidável transformou diversas indústrias por sua capacidade de resistir à ferrugem. Ainda bem que temos o material nos dias de hoje, não é mesmo?