Recentemente, um estudo de cientistas da Universidade de Derby, no Reino Unido, sugeriu uma mudança radical na forma como entendemos a geografia da Terra. De acordo com a pesquisa, a Terra possui apenas seis continentes, o que desafia a ideia tradicional de que existem sete. A revelação tem implicações para a geografia e até para a própria compreensão sobre a formação e evolução do planeta.
Inicialmente, a descoberta questiona a separação tectônica entre as placas da América do Norte e da Eurásia, considerado um fato consolidado na ciência. Com isso, aponta para um risco de revisões futuras em livros didáticos e no ensino da geografia às novas gerações.
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Enfim, a Terra tem seis continentes?
Tradicionalmente, consideramos como continentes as Américas do Norte e Sul, Europa, Ásia, África, Oceania e Antártida. No entanto, a pesquisa em questão sugere que, na verdade, a Terra possui seis continentes. Isso porque os pesquisadores, liderados por Jordan Phethean, da Universidade de Derby, acreditam que as massas de terra da América do Norte e da Europa ainda estão em processo de separação tectônica.
A hipótese se baseia em estudos realizados na Islândia que, de fato, é uma ilha vulcânica sobre a Dorsal Mesoatlântica. Esta, por sua vez, consiste em uma cordilheira submarina que supostamente marca a divisão entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia.
Segundo a nova teoria, essas placas não se separaram completamente. Assim, a Islândia, juntamente com a Cordilheira Groenlândia-Islândia-Faroe (GIFR), contém fragmentos geológicos de ambas as placas. Isso significa que, geologicamente, América do Norte e Europa seriam consideradas parte de um único supercontinente em formação.
Além disso, a pesquisa também sugere que a Islândia faz parte de um sistema geológico mais complexo do que se pensava anteriormente. Em suma, levanta a possibilidade de que a separação entre os continentes está, na verdade, em andamento e pode levar milhões de anos para se completar.
O que isso significa para a geografia?
Se essa teoria se confirmar, é possível que seja necessário revisar a forma como se entende e se ensina geografia. Só para ilustrar, aqui estão alguns pontos importantes a considerar:
- Redefinição de continentes: a divisão dos continentes, tradicionalmente baseada em critérios geográficos, culturais e tectônicos, precisaria ser reavaliada.
- Impacto educacional: os livros didáticos e o currículo escolar teriam que ser atualizados para refletir essa nova compreensão.
- Implicações científicas: isso abre espaço para novas pesquisas sobre como as placas tectônicas interagem e moldam a superfície da Terra.
Outras descobertas surpreendentes
Enquanto a pesquisa de Phethean levanta questões sobre a configuração atual dos continentes, outra equipe questiona a forma como eles se formaram. Liderada pelo Dr. Hernández Uribe, da Universidade de Illinois, a equipe utilizou modelos de computador para estudar a formação de magmas e zircões arqueanos, minerais associados à origem dos continentes.
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Tradicionalmente, a ciência sempre afirmou que os zircões arqueanos só poderiam ter se formado através da subducção, um processo de interação entre placas tectônicas. Entretanto, a pesquisa contesta essa ideia, afirmando não haver provas suficientes para a postulação. Assim, sugere que os continentes podem ter se formado de maneira diferente do que se acreditava, colocando mais elementos na discussão sobre nossa compreensão da história geológica da Terra.
Ou seja, todos esses novos estudos demonstram como nosso entendimento do mundo está em constante evolução. À medida que a ciência avança, precisamos estar preparados para atualizar nosso conhecimento e, consequentemente, a forma como transmitimos esse conhecimento às futuras gerações.