Ondas gravitacionais sugerem existência de corpo “que não deveria existir”

Você já ouviu falar nas ondas gravitacionais? De modo geral, são vibrações no espaço-tempo, criadas por eventos cósmicos violentos, como explosões de estrelas ou colisões entre buracos negros. Albert Einstein já tinha falado sobre elas e, como nos permitem observar o universo de uma forma diferente, seguem como objeto de pesquisa. Só para ilustrar, nos últimos oito anos, houve 90 detecções que trouxeram descobertas ainda mais impressionantes.

A princípio, embora físico, esse tipo de fenômeno é invisível. Entretanto, as ondulações que o compõem viajam à velocidade da luz, ou seja, 300.000 km por segundo. Assim, segundo a NASA, são realmente violentas, pois contraem e esticam qualquer corpo que encontram em seu caminho. Além disso, sua origem também se relaciona à velocidade, uma vez que surgem quando determinados objetos se movem muito rapidamente. Por exemplo, duas grandes massas orbitando uma à outra.

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Ok, mas o que tudo isso significa? A possibilidade de descobrir o que, realmente, compõe o universo. Algo que, até o momento, ninguém conseguiu.

A relação entre as ondas gravitacionais e a origem do universo

Inicialmente, a detecção dessas 90 ondas possibilitou chegar à ondulação chamada GW230529, causada a partir de uma fusão que ocorreu há 600 milhões de anos entre uma estrela de nêutrons e um objeto desconhecido. Porém, já se sabe que sua massa era de 2,5 a 4,5 vezes maior que a do Sol.

Ou seja, esse objeto desconhecido não se trata de um objeto qualquer. Mais ainda, até onde se sabia, trata-se de algo que nem deveria existir, sobretudo, por suas dimensões. Ao mesmo tempo em que é muito pequeno para ser um buraco negro, é grande demais para ser uma estrela de nêutrons. Sendo assim, faz com que muitas crenças e descobertas até então tidas como certas acabem sob questionamento.

Abaixo você pode ver uma simulação numérica do evento GW230529.

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O grupo espanhol por trás da descoberta é o GRAVITY, da Universidade das Ilhas Baleares (UIB). Nos últimos 20 anos, a equipe de cientistas se dedica a criar modelos teóricos para decifrar a origem de cada onda que se detectou. Inclusive, leva o crédito de participar das estimativas iniciais do sinal, já que foi graças ao seu trabalho que a ciência conseguiu identificar a fusão da estrela de nêutrons, um evento muito raro no espaço.

Assim, a descoberta da GW230529 pode ser um marco para entender e até redefinir as populações de buracos negros e estrelas de nêutrons. Mais ainda, de seus mecanismos de formação e estrutura interna. Consequentemente, muda questões completamente novas que não se observava em centenas de anos de observações. Será que ainda há mais por vir?

  • Jornalista e assessora de comunicação e imprensa com experiência em Comunicação Pública, Gestão de Eventos, Marketing Digital, análise e estratégia, gerenciamento de crises, produção e redação de conteúdo. Já trabalhou em diversos projetos e segmentos na área, inclusive como gerente de Comunicação na Educação Municipal, período em que desenvolveu produtos audiovisuais para permitir o acesso a conteúdos pedagógicos durante a pandemia. Ainda, criou áreas de Ouvidoria e Eventos Virtuais. É pesquisadora de Comunicação Compartilhada/Comunitária, Marketing Público e Políticas Públicas para Comunicação. Atuou na área de turismo e hotelaria. Especialista em Marketing e Assessoria de Comunicação.