Polêmica no mundo da tecnologia! O Google vai deletar bilhões de dados de navegação do Modo Privado do Chrome. A medida vem para encerrar um processo judicial no qual houve a acusação de monitorar informações de usuários. Para ilustrar, a ação conjunta envolvia mais de 50 reclamantes, sob a alegação de invasão de privacidade por parte da Big Tech.
No entanto, a atitude não é a única. Segundo matéria publicada no Wall Street Journal, a empresa também promete reformulações na comunicação com a pessoa usuária na aba anônima. A princípio, o Google passa a esclarecer, nas notificações, que apesar de não armazenar dados no dispositivo, pode acessar certas informações.
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De onde surgiu a ação coletiva?
Inicialmente, a ação começou em 2020 para beneficiar milhões de pessoas que usavam o modo privado do Chrome desde 2016. Entre as acusações, estava o uso de ferramentas do próprio Google, como o Analytics, além dos web apps e cookies. Com isso, supostamente acessa informações pessoais, por exemplo:
- tendências de compra
- hobbies
- hábitos alimentares
- amizades
Sem falar em acessos potencialmente embaraçosos e mesmo bastante íntimos. Mas, a coisa não para por aí! Além do uso de informações do modo privado do Chrome, houve uma troca de e-mails comprometedores entre o alto escalão da empresa. Neles, a Diretora de marketing do Google, Lorraine Twohill, disse ao CEO, Sundar Pichai, que havia um erro na nomenclatura “privado” para classificar a aba anônima.
Isso, a princípio, traria equívocos, pois o modo não era exatamente privado. Diante dos fatos, o Google reconheceu o monitoramento e aceitou um acordo preliminar. Desta forma, dispensaria o pagamento de uma indenização no valor de US$ 5 bilhões. Isso mostraria a preocupação da empresa com a privacidade do usuário, proibindo o uso de dados anônimos para publicidade.
Mas, para o advogado de defesa dos autores, representa um avanço na responsabilização das gigantes tecnológicas.
Acordo não terminou
Vale ressaltar, entretanto, que o tribunal rejeitou a ação coletiva inicialmente proposta contra o Google pelo uso do modo privado do Chrome. Segundo o judiciário, somente ações individuais seriam aceitas. Sendo assim, aproximadamente 50 californianos moveram processos individuais, marcando um passo significativo no litígio contra a Big Tech.
O próximo passo aguarda a aprovação da juíza Yvonne Gonzalez Rogers do Distrito Norte da Califórnia para que o processo de compensação financeira comece.
O que é o Modo Privado do Chrome?
De modo geral, o modo privado ou navegação anônima é o recurso no qual o Chrome não salva seu histórico de navegação, cookies, dados de sites ou informações inseridas em formulários. Ao fechar todas as janelas, você encerra a sessão, de tal forma que suas informações pessoais não ficam no dispositivo.
E como acessar o Modo Privado do Chrome? Pelo computador, basta abrir o Chrome, clicar nos três pontos no canto superior direito e selecionar ‘Nova janela anônima’. Para quem gosta de atalhos, basta pressionar Ctrl + Shift + N no Windows, Linux ou Chrome OS, e ⌘ + Shift + N no Mac. Já nos dispositivos móveis, é preciso apenas tocar no ícone de menu e escolher a opção de navegação anônima.
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Mas, como vimos, não existe anonimato completo na aba anônima. Inclusive, há limitações importantes e nem é culpa do Google! Para exemplificar, o modo privado não oculta sua atividade dos sites que você visita. Isso se acessar no servidor da empresa, escola ou mesmo do provedor de internet. Assim, ao se conectar a uma rede monitorada, a atividade pode ser visível para o administrador da rede.
Além disso, ainda que não salve os cookies da sessão, o modo privado do Chrome não impede o rastreio das atividades por determinados sites. Sendo assim, ainda funcionam rastreadores e anúncios personalizados durante o acesso. Por fim, a proteção das informações na navegação anônima é apenas local. Deste modo, não existe criptografia ou ocultação de IP.
E aí, você usa o Modo Privado do Chrome? Acha que as informações ficam realmente expostas?