Lixo espacial: módulo chinês em chamas cai no sul da Califórnia

Imagine o susto! Os destroços de um módulo orbital chinês caíram em chamas sobre o sul da Califórnia. Os pedaços de lixo espacial pertenciam à Shenzhou 15, módulo com cerca de 1.500 quilos lançado em novembro de 2022. Segundo informações da Sociedade Americana de Meteoros (AMS), a queda gerou uma bola de fogo visível desde a área de Sacramento até San Diego.

Só para ilustrar, até a última terça-feira (02/04), cerca de 80 pessoas levaram relatos à AMS sobre avistamentos do evento. Conforme explicou o astrofísico e rastreador de satélites Jonathan McDowell, o módulo orbital é da nave Shenzhou 15 da China, que lançou três astronautas para a estação espacial nacional Tiangong, em novembro de 2022.

Inicialmente, o protótipo fornece espaço adicional para os tripulantes e experimentos científicos no espaço. Além disso, o seu projeto não o permite retornar à Terra de forma segura no final da missão.

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O que é lixo espacial?

De modo geral, trata-se de qualquer objeto de produção humana que, após sua utilização, permanece flutuando sem utilidade na órbita da Terra. Isso inclui, por exemplo, satélites desativados, fragmentos de satélites ou de foguetes. Além disso, até mesmo ferramentas que astronautas perderam durante missões espaciais tornam-se lixo espacial.

A princípio, esses detritos variam em tamanho, desde tão grandes quanto um satélite inativo até tão pequenos quanto um pedacinho de tinta. Como veremos adiante, a maior preocupação com esses destroços é o fato de representarem um risco para as missões espaciais, tanto atuais quanto futuras. Ademais, também podem afetar as telecomunicações terrestres, devido à possibilidade de colisões.

Existe monitoramento do lixo espacial?

Sim, existe. Resumidamente, esse monitoramento e rastreamento são de responsabilidade de redes de vigilância e agências espaciais ao redor do mundo. Para isso, utilizam uma variedade de tecnologias, incluindo radar e telescópios, para acompanhar objetos em órbita. Um exemplo é o AstriaGraph, um mapa quase em tempo real de autoria do professor Moriba Jah da Universidade do Texas.

Só para ilustrar, o projeto mostra a localização de cada objeto no espaço. Além disso, a Agência Espacial Europeia (ESA) e outras organizações internacionais desenvolvem diretrizes e regulamentos para minimizar a criação de novos detritos. Ademais, estudam tecnologias para limpar ou remover o lixo espacial da órbita terrestre.

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Como isso pode afetar as missões tripuladas?

O pedaço da missão chinesa caiu, em chamas, na superfície terrestre. Mas, este não é o único risco que o lixo espacial representa. Mesmo que continue orbitando, trazem danos em potencial para as próprias missões tripuladas. Afinal, devido às altas velocidades em que esses objetos viajam, até mesmo pequenas partículas podem causar problemas graves a espaçonaves e satélites.

As colisões também resultam em prejuízos críticos aos sistemas de suporte à vida e demais equipamentos essenciais. Neste sentido, para estas missões, como as viagens à Estação Espacial Internacional (ISS), é crucial monitorar e evitar detritos espaciais, sobretudo para garantir a segurança dos astronautas. Sendo assim, agências espaciais investem em tecnologias de proteção e manobras evasivas para mitigar esses riscos.

  • Jornalista e assessora de comunicação e imprensa com experiência em Comunicação Pública, Gestão de Eventos, Marketing Digital, análise e estratégia, gerenciamento de crises, produção e redação de conteúdo. Já trabalhou em diversos projetos e segmentos na área, inclusive como gerente de Comunicação na Educação Municipal, período em que desenvolveu produtos audiovisuais para permitir o acesso a conteúdos pedagógicos durante a pandemia. Ainda, criou áreas de Ouvidoria e Eventos Virtuais. É pesquisadora de Comunicação Compartilhada/Comunitária, Marketing Público e Políticas Públicas para Comunicação. Atuou na área de turismo e hotelaria. Especialista em Marketing e Assessoria de Comunicação.