Honda, Nissan e Mitsubishi anunciam integração e cronograma; saiba mais!

Nissan Motor Co., Ltd. e Honda Motor Co., Ltd., dois gigantes da indústria automotiva, assinaram um Memorando de Entendimento (MOU) para tratar uma possível integração empresarial por meio da criação de uma holding. O acordo foi anunciado em 23 de dezembro de 2024.

Logo após esse anúncio, foi divulgado que a Mitsubishi Motors Corporation avalia participação na holding. A definição da empresa deverá ser feita até o final de janeiro de 2025.

O propósito da integração

O objetivo principal do estudo de integração é unir forças para acelerar a transição para a eletrificação, aprimorar tecnologias inteligentes e, ao mesmo tempo, reduzir custos operacionais e aumentar a eficiência. Nissan e Honda destacaram que essa colaboração poderá gerar inovações em veículos definidos por software (SDVs) e contribuir para metas de longo prazo, como neutralidade de carbono e redução de acidentes no trânsito.

Se realizada, a integração buscará:

  • Aproveitar recursos complementares: Combinar os conhecimentos, tecnologias e talentos de ambas as empresas.
  • Aumentar a competitividade global: Melhorar a capacidade de resposta às mudanças de mercado e oferecer produtos mais atrativos aos consumidores.
  • Apoiar o setor industrial japonês: Consolidar-se como líderes globais em mobilidade.

Áreas de sinergia identificadas

Durante o processo de estudo, foram salientadas diversas áreas em que a colaboração pode gerar resultados positivos:

  1. Padronização de plataformas veiculares: Ao unificar plataformas para diferentes segmentos de veículos, as empresas esperam reduzir custos, melhorar a eficiência de desenvolvimento e aprimorar processos de produção.
  2. Integração de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D): As equipes de P&D serão integradas para otimizar tecnologias de ponta, como inteligência artificial e veículos elétricos, aumentando a velocidade de desenvolvimento e também reduzindo custos.
  3. Otimização de sistemas fabris: As empresas planejam otimizar suas fábricas, com uso compartilhado de linhas de produção. Com isso, tem-se como objetivo aumentar a utilização da capacidade de produção e reduzir os custos fixos.
  4. Otimização da cadeia de suprimentos: As empresas planejam consolidar funções de compra, padronizando fornecedores e reduzindo custos operacionais.
  5. Eficiência em operações: A integração de sistemas administrativos e operacionais permitirá economias de escala e maior eficiência.
  6. Avanços em financiamento de vendas: O modelo de negócios incluirá soluções financeiras conjuntas para facilitar o acesso dos consumidores aos produtos das marcas.
  7. Fortalecimento de recursos humanos: A colaboração permitirá troca de talentos e atrairá profissionais qualificados para enfrentar os desafios da eletrificação e inteligência.

Estrutura proposta para a holding

O plano atual prevê a criação de uma holding, que será a empresa-mãe de ambas as montadoras cuja parceria já foi confirmada (Honda e Nissan). Esta nova entidade será listada na Prime Market da Bolsa de Valores de Tóquio (“TSE”) em agosto de 2026, enquanto as ações individuais de Nissan e Honda serão retiradas de circulação. Os acionistas de ambas as empresas se tornarão acionistas da nova holding, que, como já explicamos, terá como foco maximizar sinergias e resultados financeiros.

A estrutura organizacional da holding, incluindo seu nome e sede, será definida em reuniões futuras. Atualmente, está previsto que a Honda nomeará a maioria dos diretores internos e externos, por conta de seu papel de liderança na integração.

Um ponto muito importante do acordo é que ambas as marcas continuarão coexistindo. Assim, elas continuarão desenvolvendo os produtos sob as marcas Honda, Nissan e Mitsubishi – caso esta confirme sua participação.

Cronograma e próximos passos

Em comunicado à imprensa, as montadoras japonesas divulgaram um cronograma estimativo para os próximos passos da integração:

Cronograma planejado para a integração das empresas

Desafios e incertezas

Embora o anúncio já seja um grande avanço, o processo de integração está sujeito a uma série de fatores externos e internos, incluindo:

  • Aprovações regulatórias e de acionistas.
  • Análises financeiras e jurídicas detalhadas.
  • Capacidade de realizar as sinergias esperadas.

Até mesmo por isso, os executivos das empresas demonstraram otimismo cauteloso. O CEO da Nissan, Makoto Uchida, afirmou que a união das forças de ambas as marcas pode criar valor único para os consumidores, enquanto o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, salientou a necessidade de enfrentar mudanças ambientais e tecnológicas com inovação.

O CEO da Mitsubishi Motors, Takao Kato, também reforçou a potencial da futura integração entres as gigantes japonesas:

“Em uma era de mudanças na indústria automotiva, o estudo entre a Nissan e a Honda sobre uma integração de negócios acelerará os efeitos de maximização de sinergia, trazendo alto valor também para os negócios colaborativos com a Mitsubishi Motors. Para realizar sinergias e fazer o melhor uso dos pontos fortes de cada empresa, também estudaremos a melhor forma de cooperação.”, afirmou Kato.

  • Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás. Possui também título de Mestre em Engenharia Elétrica e de Computação pela Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de Computação-EMC UFG. Por meio da escrita, compartilha conhecimentos e orientações práticas com foco em áreas da ciência, tecnologia e temas relacionados.

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